De acordo com Raphael Moreira, Coordenador Regional de Projetos do IDR-Paraná, a iniciativa quer possibilitar aos alunos conhecer as características da raça. O acordo prevê ainda o fornecimento anual de 100 doses de sêmen para nova inseminação das novilhas agora entregues e também de vacas leiteiras em processo de descarte — o colégio mantém um rebanho de vacas da raça holandesa —, com o objetivo de obter bezerros meio-sangue para corte.
O Colégio Getúlio Vargas acolhe cerca de 360 alunos, a maior parte filhos de agricultores, oriundos de 32 municípios da região. “O objetivo é que eles tenham contato com a raça e levem esse conhecimento para a propriedade de seus pais”, conclui Raphael Moreira.
Sobre a raça
Purunã é a primeira raça de bovino para corte desenvolvida no Paraná e a única idealizada por um centro estadual de pesquisa, o IDR-Paraná. É um bovino composto. Isso significa que resulta de cruzamentos dirigidos e controlados, neste caso envolvendo as raças Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim.
De acordo com o pesquisador José Luiz Moletta, Purunã conjuga as qualidades de cada uma das raças utilizadas em sua formação. Charolês contribuiu com ganho de peso rápido, rendimento de carcaça e elevado porcentual de carnes nobres. Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além da carne macia e de bom marmoreio. Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos parasitas.
Moletta acrescenta que vacas Purunã se destacam pela habilidade materna e boa produção de leite, características herdadas de Caracu e Angus, e que touros da raça têm bom desempenho em regiões de clima quente.
A raça Purunã foi oficialmente reconhecida pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em novembro de 2016.
Sua formação começou no início da década de 1980, quando os pesquisadores do Iapar (atual IDR-Paraná) observaram a dificuldade dos criadores em conduzir acasalamentos com o objetivo de aumentar o rendimento de seus rebanhos — eles desconsideravam parâmetros fundamentais para obter o melhor das raças que cruzavam. Daí surgiu a ideia de oferecer aos pecuaristas um composto já pronto.
Homenagem
O nome presta um tributo à Serra do Purunã, acidente geográfico que demarca a transição entre o Primeiro e o Segundo Planalto do Paraná e bem próximo da Estação de Pesquisa Fazenda-Modelo, unidade do IDR-Paraná em Ponta Grossa onde foi desenvolvido todo o trabalho de cruzamentos e seleções que resultou na nova raça.
Fonte: IDR-Paraná