O cultivo do milho no Brasil é bastante expressivo, não só pelo volume de grãos produzidos, mas também pela área plantada que chega ao redor de 21 milhões de hectares referentes a duas safras – normal e safrinha.
As expectativas da Conab para este ano são de uma área de pouco mais de 15 milhões de hectares e uma produção prevista de 86 milhões de toneladas.
Quando semeado dentro da janela ideal de plantio – de início de janeiro a início de março -, o safrinha pode atingir ótima produtividade, ultrapassando 5 mil quilos por hectare, dependendo da região.
Mas, para as previsões se confirmarem, o produtor precisa fazer a parte dele e tentar não correr riscos, adquirindo, por exemplo, uma boa cultivar, insumos que eventualmente serão utilizados durante a safra e principalmente monitorar o clima e a umidade dos grãos durante a safra.
Vale destacar que é na colheita que o produtor deve ter o máximo de atenção para não perder o que foi investido anteriormente com o plantio. Se a colheita não for realizada no momento adequado, pode acarretar perdas dos grãos.
Uma colheita bem planejada pode diminuir aproximadamente 6% das perdas da produção total de milho no Brasil. Isto significa que os cuidados são essenciais, bem como o ponto de maturidade fisiológica, ou seja, quando não ocorre mais aumento de matéria seca no grão.
Com relação à umidade, os prejuízos e danos são menores quando os grãos são colhidos com teor de água até 20%, no máximo. Com essa umidade, o grão vai precisar passar pelo processo de secagem, para que a umidade seja reduzida aos percentuais de armazenagem e comercialização, estipulados entre 12% a 14% pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O classificador de grãos oficial do Mapa, Mauro Cézar Barbosa, que é também instrutor do Senar-Paraná, orienta o produtor a acompanhar de perto a cultura para tentar evitar eventuais problemas.
“Além de fazer o plantio dentro da janela ideal e escolher um bom híbrido para sua região, o produtor vai precisar monitorar o clima durante toda a safra e também a umidade dos grãos para não colher com alta umidade”, explica Mauro.
“Fazendo o plantio dentro da janela ideal, a colheita vai ocorrer no tempo certo, com chuvas menos intensas”, afirma Mauro, acrescentando que o produtor que é tecnificado e tem a visão de ser uma empresário rural, com certeza fará o monitoramento para colher dentro da menor margem de umidade possível e evitar grandes descontos”, acrescenta.
Mesmo obedecendo as orientações, o instrutor do Senar observa que o produtor não tem o controle das intempéries climáticas. “O fator ambiental escapa da nossa alçada, mas com um bom monitoramento, com certeza os prejuízos serão menores em casos de eventuais mudanças climáticas durante a safra”.
Na safra anterior, ele conta que teve produtor que entregou o milho com 32% de umidade, por causa das fortes chuvas durante a colheita. “Colher com este percentual é o mesmo que dar um tiro no pé, pois o produtor vai perder dinheiro” alerta o especialista em classificação de grãos.
“Suponhamos que o agricultor comercializa cinco caminhões de grãos com 32% de umidade, o prejuízo será de um caminhão, isto é, ele vai deixar de receber praticamente o valor de uma carga por conta dos descontos”, exemplifica o instrutor.
Mauro Cézar Barbosa destaca ainda que o monitoramento da umidade do grão antes da colheita é fundamental e deve ser feito por aparelho medidor de umidade. “Tem uma gama de medidores de umidade, desde os portáteis até os de bancada. Para o produtor, o mais recomendado é o portátil que é mais fácil de manusear”, acrescenta.
Segundo ele, em princípio o custo de um medidor de grãos pode parecer um pouco alto, “mas se a gente imaginar, por exemplo, que o produtor deixa de perder 1% de umidade em um único caminhão de cerca de 33 toneladas, ele praticamente já paga o medidor portátil”, compara.
De acordo com ele, o produtor tem hoje tecnologias e legislações que favorecem o investimento na lavoura. “O conhecimento empírico do agricultor é válido, mas hoje não se pode mais basear decisões apenas em intuição, empirismo. É preciso se adequar, conhecer as legislações e utilizar as tecnologias disponíveis”.
Manoella Rodrigues da Silva, diretora de Marketing da LocSolution, empresa que detém a marca Motomco de aparelhos medidores de umidade de grãos, afirma que ao se atentar a essas dicas, além de minimizar eventuais problemas, o agricultor amplia sua possibilidade de maiores ganhos. “A escolha correta do medidor de umidade pode impactar em agilidade e maior produtividade”, afirma Manoella.
Ela lembra que qualquer teor de umidade do grão, acima ou abaixo do que o recomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, compromete a qualidade do produto. “O medidor de umidade consegue fornecer o teor exato de umidade. Se o grão estiver muito seco, abaixo dos teores estipulados, por exemplo, fica muito quebrado, vira uma quirela e também terá descontos. Se estiver com a umidade acima do estipulado pelas normas, também vai sofrer redução de preço”, enfatiza.
Assim como os demais grãos, a medição de umidade do milho deve ser sempre feita mediante o uso de equipamentos específicos. “Recomendamos ao produtor rural nosso aparelho portátil da Motomco, o 999CP, que atende todos os processos do monitoramento da qualidade do grão, fornecendo uma porcentagem de umidade muito mais confiável” explica Manoella.
Grãos
Instrutor dá dicas para evitar perdas com umidade no milho
- Por: Vera Barão
Tags: grãos, medidor de umidade, milho, plantio
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