O uso de insumos biológicos é uma solução que tem ganhado espaço nas lavouras brasileiras nos últimos anos.
Este crescimento aconteceu devido à busca por uma agricultura mais produtiva, de menor impacto ambiental.
Uma técnica de aplicação, em específico, que tem caído no gosto do produtor, é a inoculação no sulco de plantio.
Quando devidamente aplicada, ela proporciona mais eficiência no que diz respeito à sobrevivência dos agentes
biológicos e também ajuda as plantas a expressarem melhor o seu potencial genético.
A inoculação no sulco de plantio tem apresentado bons resultados de germinação, isso porque o método permite
que o inoculante também atue como uma camada protetora para a semente. Porém, o método de aplicação no
sulco requer alguns cuidados para manter a sobrevivência das bactérias benéficas.
O primeiro deles é o teste de compatibilidade entre os inoculantes e o defensivo que será aplicado, mesmo que
alguns ingredientes ativos dos químicos sejam compatíveis, outros componentes da formulação podem causar
incompatibilidade e maior mortalidade das bactérias. A literatura apresenta compatibilidades diferentes para
formulações distintas. A compatibilidade pode, inclusive, variar em lotes do mesmo produto.
Neste contexto, a aplicação separada do inoculante via sulco retira a preocupação com a compatibilidade entre
inoculantes e defensivos, uma vez que entrarão em contato somente depois do plantio, quando a bactéria
Bradyrhizobium sp., ou simplesmente o rizóbio, já estiver no seu ambiente preferido, ou seja, no solo e na planta.
Um dos principais benefícios da aplicação via sulco é manter viva a maior quantidade de rizóbios possível, o que
evita o contato das bactérias com os defensivos químicos e com os micronutrientes aplicados no tratamento de
semente, além de reduzir o tempo de exposição aos raios solares, o que pode ocasionar mortalidade das bactérias
via raios UV. Este aumento da população de rizóbios na área tende a elevar o número de nódulos e a torná-los
maiores, o que eleva ainda mais o rendimento da lavoura.
A inoculação via sulco tende a dar melhor resposta em ambientes mais hostis e restritivos do que a inoculação via
tratamento de sementes, de maneira geral; não porque a aplicação via sulco consegue “entregar” uma população
maior de rizóbio. Vale lembrar que sempre que houver stress para a planta de soja, seja por excesso ou falta de
água, nutriente, insolação ou profundidade de plantio inadequada, por exemplo, a inoculação e a fixação biológica
de nitrogênio serão as primeiras prejudicadas. Neste contexto, a aplicação via sulco tende a entregar mais
bactérias vivas ao solo.
Manejo adequado
Alguns cuidados devem ser seguidos para que os insumos biológicos tenham uma alta taxa de sobrevivência. O
principal deles está na operação. É muito importante que não sejam feitas misturas de produtos químicos com os
inoculantes no tanque de aplicação via sulco. Parece óbvio, mas se queremos evitar a mortalidade do rizóbio por
problemas de incompatibilidade, então devemos separar as coisas. É recomendada a aplicação apenas do
inoculante via sulco, e o restante dos insumos somente via tratamento da semente.
Outro ponto fundamental para uma boa inoculação via sulco está relacionado ao processo de aplicação
propriamente dito. A homogeneidade de cobertura do sulco e a quantidade de bactérias no sistema precisam ser
observados. A aplicação de, no mínimo, 50 litros de calda (água mais inoculante) por hectare e, no mínimo 6
doses de inoculante por hectare, garantem uma boa cobertura do inoculante ao longo de todo o sulco de plantio.
É recomendada também a utilização de um tanque próprio para esse fim. Reservatórios construídos para
aplicação de inoculante no sulco são equipados com isolante térmico, redução da exposição de raios solares ou
homogeneizador, fatores importantes para manutenção da qualidade do inoculante e da calda durante todo o processo. Ainda que o equipamento seja adequado, a calda não deve ser utilizada de um dia para o outro, e sim deve ser reinoculada a cada novo dia de trabalho.
Para a safra 22/23 a Novozymes traz para o mercado uma novidade: o Optimize Sulco. Essa novidade pode ser
aplicado sozinho na calda ou em conjunto com outros produtos, o que é menos indicado. Além das bactérias de
alta qualidade e sobrevivência, esta solução tem genisteína precursora da molécula de LCO, uma molécula
biológica que funciona como sinalizadora do processo de reconhecimento entre as bactérias de Bradyrhizobium
sp. e as plantas de soja. Sua existência melhora o desempenho não só do inoculante, mas também da própria
planta, pois atua no crescimento das radicelas (raízes secundárias), o que favorece o desenvolvimento de toda a
raiz durante o ciclo do cultivo.
O desempenho dos inoculantes da Novozymes é globalmente reconhecido. Isso acontece principalmente pela
qualidade com que é produzido. Temos histórico de dados com mais de 30 anos de avaliação, da cepa atual e
de suas versões anteriores, que mostram a eficiência deste produto nesta modalidade de aplicação.
Artigo: *Marcio Domingos é engenheiro agrônomo e gerente nacional de vendas da Novozymes BioAg.
Sobre a Novozymes
A Novozymes é líder mundial em soluções biológicas. Juntamente com clientes, parceiros e a comunidade
internacional, aprimoramos o desempenho industrial ao mesmo tempo em que preservamos os recursos do
planeta e auxiliamos na construção de uma vida melhor. Como maior provedor mundial de tecnologias microbianas
e de enzimas, nossa bioinovação permite maior produção agrícola, lavagem à baixa temperatura, produção
energeticamente eficiente, combustível renovável e muitos outros benefícios com os quais contamos hoje e no
futuro.