quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Agronegócio

Janeiro mais quente da história, prejuízos na agricultura

Mês de janeiro foi o mais quente no Paraná, desde que se faz acompanhamento e registro nas estações meteorológicas, em 1975. Chuvas irregulares e mal distribuídas marcaram o período no estado. Episódios de estiagem, em diversas regiões produtoras, causaram prejuízos às lavouras de soja, milho e feijão. A produção paranaense de soja deve ser reduzida em 14%.

“Essa perda é sempre maior quando a seca ocorre nas fases críticas da lavoura, como florescimento e enchimento de grãos”, destaca a agrometeorologista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Heverly Morais.

Segundo a agrometeorologista, a presença de uma massa de ar quente, chamada de Alta Subtropical do Atlântico Sul (Asas), na costa Sudeste do Brasil, bloqueou a circulação das frentes frias que trariam chuvas abrangentes e duradouras. Everly destaca que as temperaturas máximas no mês superaram a média histórica em várias regiões do estado.

De acordo com a última projeção do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a produção paranaense de soja deve ser reduzida em 14% – das 19,5 milhões de toneladas, inicialmente previstas, estima-se uma colheita de 16,8 milhões de toneladas.

Para o feijão primeira safra, a estimativa é colher 260 mil toneladas, 61 mil a menos do que a estimativa inicial. No milho, a projeção inicial apontava uma colheita de 3,3 milhões de toneladas, agora atualizada para 3,1 milhões.

Prevenção – Lavouras implantadas em solos bem manejados toleram mais a seca, afirma a agrometeorologista. Everly preconiza a rotação de culturas para obter proteção e enriquecimento com a palhada e a matéria orgânica. E acrescenta que as raízes de algumas plantas, como girassol e braquiária, ajudam a descompactar o solo, o que melhora sua aeração e, consequentemente, a eficiência na absorção de água e de nutrientes pelas culturas comerciais.

Plantas de cobertura também fazem a reciclarem de nutrientes, que, eventualmente, podem até diminuir a necessidade de adubação química nas lavouras comerciais, com redução de custos para o agricultor.

Heverly também recomenda utilizar cultivares de diferentes ciclos – precoce, médio e tardio – com o objetivo de evitar que todos os talhões da lavoura fiquem igualmente expostos à adversidade climática.

Em Paranavaí foi de 34,4ºC a média das temperaturas mais altas nos dias de janeiro, 3,3ºC superior ao que é historicamente obtido naquela cidade.

“Lá também observamos a maior temperatura já registrada para o mês desde o início dos registros, em 1975”, diz a pesquisadora, referindo-se aos 38,1ºC registrados no dia 22.

O quadro geral não foi diferente na região de Londrina – dias com temperatura ao redor de 25,8ºC, contra a média de 23,9ºC obtida em registros que começaram em 1976.

Guarapuava experimentou o mês de janeiro mais quente, desde que começou os registros no município, também em 1976 – 18,3ºC para uma média histórica de 16,8ºC.

Banner Conexão Agro Anúncio 728x90

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Podcast

Coluna Podcast

Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
11/09/2024

Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

Cotações

Resumo Técnico fornecido por Investing.com Brasil.

News Letter

Calendário

Calendário