Desde criança, Gabriel Augusto Claro, 26 anos, tem paixão por cavalos. Criado no sítio dos avós em Campos de Holambra (SP), ele aprendeu a montar ainda menino e com pouco mais de 12 anos já competia em provas de laço. De lá para cá, venceu muitas competições, mas passou por um momento difícil que o deixou com sequelas.
Há cerca de 10 anos, uma lesão na medula o tirou de cena temporariamente. Foram 40 dias internado e um ano em cadeira de rodas e fisioterapia, porque parte dos movimentos das pernas ficou comprometida. Gabriel sofreu uma infecção causada por um vírus que se alojou na medula espinhal.
Hoje, ele compete em três modalidades, incluindo duas na categoria paratletas – Western Pleasure e Três Tambores, – regulamentadas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM). “Ainda tenho dificuldade para caminhar trajetos longos”, contou ele, que esteve recentemente em Londrina (PR) participando do Campeonato Brasileiro do Quarto de Milha, no Parque Gov. Ney Braga.
A determinação do rapaz e o amor pelos animais o ajudaram a voltar ao esporte. Mesmo antes de ter autorização de um médico, ele conta que começou a montar escondido da família. “Fui retomando devagar às competições quando o médico me liberou”, recorda.
Disciplinado, Gabriel coleciona troféus, venceu competições importantes como a Copa dos Campeões, o Congresso Brasileiro do Quarto de Milha, o Campeonato Nacional e é recordista com 17,602 segundos (média é 18 seg) nas provas de três tambores. “Se não fosse o cavalo, acho que hoje eu não estaria aqui. Poderia estar em uma cadeira de rodas”, disse Gabriel, acrescentando que montar é uma paixão. “A deficiência física não me impediu de montar. É um hobby que me traz muita satisfação”, disse ele, que se formou em medicina veterinária.