quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Agronegócio

Marco regulatório dos defensivos traz pontos positivos, diz executivo da Andef

O diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Mário Von Zuben, defende e considera positivo o novo marco regulatório dos defensivos agrícolas publicado pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ele proferiu palestra no Workshop para Jornalistas, organizado pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio em conjunto com empresas do agro, na terçca-feira (6), em São Paulo.

“Essa publicação é o resultado de todo um processo de consultas públicas que a Anvisa conduziu ao longo dos últimos anos com o objetivo de aperfeiçoar as novas normativas”, afirmou Zuben acrescentando que há dois aspectos positivos no marco regulatório.

O primeiro é que a Anvisa passa a  adotar a análise de riscos para todos os produtos, ou seja, a tomada de decisão de se aprovar ou não um determinado defensivo terá que ser baseada em critério científico e levar em consideração a condição recomendada do uso do produto.

O segundo ponto é que a Anvisa está se alinhando às boas práticas internacionais, ao sistema global harmonizado. “Isso é muito positivo, porque a Anvisa está se pautando prioritariamente pelo rigor científico acima de qualquer coisa”, comenta.

Mário Von Zuben apresentou também um recente estudo feito pela Unesp de Botucatu, baseado em dados da FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação mostrou que, na comparação entre dólar investido em defensivo agrícola e tonelada de alimento produzido, o Japão é líder com o valor de US$ 95,40 por tonelada de alimento produzido, ficando o Brasil na 13ª posição, com um gasto de US$ 8,10 por tonelada.

Sobre a fila de defensivos esperando para ser registrado, ele diz que a maioria das moléculas aprovadas é de produtos genéricos. “Da lista de 32 novos ingredientes que ainda estão na fila da ANVISA, os Estados Unidos e o Canadá já aprovaram 19, a Argentina 15, a Europa 16 e o Japão 17”, informou.

BIOLÓGICOS –  O mercado de defensivos biológicos  foi outro tema do workshop ministrado pela diretora executiva da ABCBio – Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico, Amália Borsari, que traçou um panorama, brasileiro e mundial, do mercado de defensivos biológicos.

Segundo afirmou, em 2018, o mercado brasileiro movimentou R$ 464,5 milhões, um salto de 77%, comparado com 2017. A seu ver, a velocidade desse crescimento reflete a eficiência da tecnologia diante da necessidade dos agricultores de aumentar a produtividade. Em todo o país, essa solução já é aplicada em 10 milhões de hectares de um total de 77,4 milhões de hectares cultivados. “Há muito espaço para crescer”, afirmou Amália. “No Brasil, estimamos uma expansão acima de 25% nos próximos cinco anos, contra 17% esperados no mercado global”, informou Amália.

Segundo Amália, para este ano, são esperados mais de 60 novos produtos biológicos para registros. Por apresentarem baixa toxicidade, os biológicos são prioridade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Um dos problemas que os biológicos enfrentam é o “chamado tempo de prateleira” – tempo de vida útil de um produto perecível – porém a diretora executiva da ABCBio informa que o problema não é geral,  pois atinge mais os macroorganismos, que são os insetos e têm período de vida útil muito baixo. Por isso, recomenda-se que  sejam produzidos  perto da região onde serão consumidos. “Já os microorganismos, as tecnologias desenvolvidas conseguem com que eles fiquem ativos por dois anos sem necessidade de refrigeração, o que é um grande avanço”, afirma Amália.

Para a diretora da ABCBio, hoje a agricultura brasileira vive uma nova revolução, pois o país está diante da necessidade de produzir mais alimentos e fibras para não haver escassez de alimentos. “Será necessária uma nova revolução, que lançará mão de produtos de base biológica e será combinada com o uso inteligente de dados e com a automação dos processos. Essa será a revolução agrícola protagonizada pelo controle biológico”, afirmou.

Na opinião dela, é importante frisar a tecnologia que está por traz dos produtos biológicos. “Não se trata de voltar no tempo do inimigo natural entrando em defesa da planta,  é você disponibilizar esse inimigo natural da melhor forma possível”, complementou.

A jornalista viajou a convite da Abag e empresas do agro

 

 

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