Com a ocorrência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na Bolívia, em fevereiro deste ano, a Superintendência de Agricultura e Pecuária em Mato Grosso do Sul (SFA-MS), juntamente com a Agência de Defesa Agropecuária no MS (Iagro), reforçou as atividades de fiscalização e vigilância na fronteira com o país vizinho e no município de Corumbá, iniciando um processo que inclui desde ações preventivas até a capacitação de servidores estaduais e federais para o enfrentamento da doença.
A fiscalização de trânsito é realizada por equipes formadas por servidores da SFA-MS, Vigifronteira, Vigiagro e Iagro e ocorrem em dois pontos instalados em Corumbá: no Posto Esdras, na divisa com a Bolívia, e no Buraco das Piranhas (posto da Polícia Militar Ambiental), funcionando 24 horas, além de duas equipes volantes nas áreas circunvizinhas.
As ações de prevenção incluem a vigilância ativa em propriedades rurais e áreas dos sítios de aves migratórias e atividades de comunicação social junto à comunidade, como entrega de folhetos informativos, reuniões em assentamentos rurais, em escolas e com entidades parceiras, como Embrapa, Receita Federal, Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), administração do porto seco, despachantes, transportadores e outros órgãos do poder público estadual e municipal.
As ações contam com ativa participação do setor produtivo avícola, com apoio da Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul (Avimasul), que realizou a instalação no Posto Esdras de um arco de desinfecção, por onde passam em média 40 veículos por dia oriundos da Bolívia.
Saúde humana e animal
Já na capital, Campo Grande, foi realizado no último dia 15 um treinamento com servidores da IAGRO e SFA-MS sobre procedimentos de biossegurança e manuseio de equipamentos, seguindo diretrizes do Plano de Contingência para Influenza Aviária do MAPA.
Segundo o Chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) da SFA-MS, Elvio Patatt Cazola, o objetivo do treinamento é a padronização de procedimentos de combate à doença. Responsável pelo Programa de Sanidade Avícola da superintendência, Priscila Nogueira Ferraz Pereira acrescenta que o aparato para emergência inclui utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e procedimentos de biossegurança, em virtude de a gripe aviária ser uma zoonose e para impedir a disseminação do vírus.
Esse trabalho evita a entrada no Brasil de uma doença extremamente agressiva para as aves. “Trata-se de uma experiência única para os serviços de sanidade e avicultores. Precisamos, rapidamente, conhecer e testar as experiências dos países onde a doença já ocorre, adaptar conhecimentos e tecnologias e difundi-los para enriquecer os já robustos sistemas de defesa sanitária e as boas condições de biossegurança dos aviários presentes em nosso território. É um trabalho conjunto com os produtores para manter o status brasileiro como livre da IA” ressaltou Celso Martins, titular da SFA-MS.