O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta terça-feira (27) uma portaria criando o Plano Agro+Mulher, cujo objetivo é estimular ações que promovam a igualdade entre homens e mulheres na atividade agropecuária.
Apesar de as mulheres serem 51% da população brasileira, atualmente, apenas duas entre cada dez dirigentes no setor rural são mulheres, segundo o Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as medidas previstas está o aumento no número de mulheres capacitadas para o agronegócio e postos de gestão, “com apropriação do conhecimento, formando multiplicadores, nas temáticas: gestão cooperativa, propriedade rural, sistemas de produção e da qualidade dos produtos ofertados ao mercado, com foco na segurança alimentar e na redução das perdas com melhor orientação quanto ao período de plantio devido as condições climáticas”, diz a página do programa.
Também se destacam entre os objetivos a realização de um panorama atualizado sobre as mulheres no setor agropecuário brasileiro; dar visibilidade e valorização das contribuições femininas no âmbito da geração de renda na perspectiva do desenvolvimento sustentável; e a implantação de políticas públicas para melhoria das condições do trabalho da mulher no agronegócio.
“Com o conhecimento, serão multiplicadoras em gestão cooperativa, propriedade rural, sistemas de produção e da qualidade dos produtos ofertados ao mercado, com foco na segurança alimentar e no plantio correto”, afirmou a coordenadora do Departamento de Integração e Mobilidade Social da SMC, Vera Lucia de Oliveira Daller.
De acordo como o ministério, o plano busca ainda o desenvolvimento sustentável das diferentes cadeias produtivas, das cooperativas agropecuárias, das agroindústrias rurais, do acesso aos mercados nacional e internacional e de todos os segmentos envolvidos.
As ações para alcance dos objetivos do novo plano serão de responsabilidade da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo (SMC) do ministério, tendo como órgão consultivo o Comitê de Políticas Públicas para Mulheres e de Gênero do Mapa.
A proposta se insere na nova agenda universal da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o objetivo 5 que visa alcançar a igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres e meninas e a igualdade de oportunidades até 2030.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que reduzir as diferenças de gênero no mercado de trabalho permitiria que 204 milhões de pessoas a mais entrassem na força de trabalho global até 2025. Esse incremento poderia gerar um aumento de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. (Com informações da Agência Brasil)