sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Agropecuária
Cepea divulga perspectivas para açúcar, algodão, arroz, café, etanol, suínos e trigo
04/01/2024
Pesquisadores avaliam a produção e apontam os desafios dos agricultores para este ano nos sete cultivos
Por: Redação
Colheita cana de açúcar - Conexão Agro
Produção de açúcar deve aumentar na próxima safra na região Centro-Sul e superar o recorde da atual temporada 2023/24
Foto: José Fernando Ogura/AEN
Açúcar - Mix mais açucareiro em 2024/25 deve resultar em produção recorde

A produção de açúcar pode aumentar na próxima safra (2024/25) na região Centro-Sul do Brasil e superar, inclusive, o recorde da atual temporada 2023/24. Estimativas do setor indicam que a produção do adoçante pode atingir 43 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo pesquisadores do Cepea, o maior volume deve vir do mix mais açucareiro – estima-se que mais de 50% da cana seja destinada à fabricação de açúcar. Alguns fatores no campo macroeconômico, como petróleo mais barato e dólar menos estável, podem contribuir para uma safra mais açucareira, à medida que tendem a reduzir os valores da gasolina nos postos e diminuir a competitividade do etanol frente ao combustível fóssil.

Algodão - Brasil pode liberar as exportações globais de pluma em 2024

O expressivo excedente brasileiro e a menor oferta norte-americana devem levar o Brasil a se tornar o maior exportador mundial de algodão em pluma em 2024. Segundo pesquisadores do Cepea, o cultivo da temporada 2023/24 no Brasil deve ser incentivado pelos atrasos na semeadura de soja no Cerrado, e isso deve manter o excedente interno amplo ainda em 2024 e em parte de 2025. Assim, o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o terceiro maior produtor do mundo na temporada 2023/24.

Arroz - Com estoque reduzido, preço do arroz pode seguir firme em 2024

Os preços internos do arroz em casca devem permanecer firmes em 2024, sustentados sobretudos pelos menores estoques. Segundo pesquisadores do Cepea, a sazonalidade da oferta (com maior volume de março a abril) e a necessidade de “fazer caixa” para pagamentos de custeios até podem elevar pontualmente a disponibilidade doméstica e, consequentemente, pressionar os valores, mas, na entressafra, os preços devem ficar firmes. No que se refere aos custos e receitas no Brasil, produtores devem iniciar este ano com maior otimismo que a safra anterior.

Segundo pesquisas do Cepea, os preços estão nos maiores patamares históricos, em termos reais, enquanto os custos foram pressionados, abrindo a expectativa de uma boa margem operacional. Contudo, dois pontos devem ser destacados: há produtores que tiveram necessidades de replantios e custos maiores com operações de máquinas para preparação de áreas, diante de chuvas expressivas na região Sul e de casos de potencial produtivo menor. Além disso, é importante destacar que a cultura vem sofrendo há anos com baixos retornos; ou seja, uma melhor margem desta temporada deve ser apenas um alívio aos produtores de arroz.

Café - Clima deve ser o grande desafio à produção nacional de café

Cafeicultores brasileiros devem enfrentar desafios em 2024, sobretudo relacionados ao clima adverso previsto para este ano no País. A região Sudeste, onde está localizada grande parte da produção nacional de café, ainda deve registrar períodos de temperaturas elevadas e de chuvas irregulares, devido, dentre outros motivos, à atuação do fenômeno climático El Niño (que deve seguir até abril de 2024).

Vale lembrar que, nos primeiros momentos do ciclo da safra brasileira 2024/25, o clima estava auxiliando o desenvolvimento das floradas, e esse cenário levou agentes consultados pelo Cepea a ter expectativas de que a colheita seria bastante volumosa. Entretanto, de meados de setembro até dezembro de 2023, ondas de calor intensas, chuvas irregulares, queda de granizo em algumas localidades e fortes ventanias derrubaram chumbinhos em um percentual acima do normal, o que, provavelmente, deve prejudicar o volume da safra 2024/25. Com o desenvolvimento da safra aquém do esperado por agentes de mercado e os estoques mundiais apertados, as cotações do grão têm se sustentado, mas o cenário de incertezas deve manter os negócios de forma cadenciada em 2024.

Etanol - Em 2024, moagem pode ser alta, mas preço deve atrair produção de açúcar

Consultorias nacionais estimam que a região Centro-Sul do Brasil pode moer mais de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2024/25 (que inicia-se oficialmente em abril/24), e as usinas devem destinar maior quantidade de cana para a produção de açúcar. Segundo pesquisadores do Cepea, essa prospecção se baseia nos preços relativos do adoçante e do etanol – cálculos do Cepea mostram que, em alguns momentos de 2023, o açúcar negociado no spot do estado de São Paulo chegou a remunerar 100% mais que o etanol.

Pesquisadores do Cepea reforçam que, todas as dificuldades pelas quais o setor sucroenegético brasileiro vêm passando, especialmente no que diz respeito à baixa remuneração do etanol, não têm impedido iniciativas dos agentes produtivos a desenvolverem projetos e/ou implementá-los para assegurar a viabilidade de permanecer produzindo biocombustíveis. Do governo, o setor espera alguma sinalização visando assegurar um aumento de demanda de biocombustíveis e a viabilidade de permanência da produção de etanol – uma possibilidade factível seria passar para 30% o uso do biocombustível na mistura com gasolina A, ao invés dos 27% atuais. Isso se torna importante, especialmente no momento em que a oferta de etanol de milho passa a ser representativa no mercado.

Suínos - Setor nacional pode seguir avançando em 2024

As perspectivas para o setor suinícola são favoráveis para 2024. Segundo pesquisadores do Cepea, os fundamentos vêm dos possíveis aumentos do consumo doméstico e das exportações e na provável redução nos custos de produção frente a anos anteriores. Cálculos do Cepea estimam que o consumo de carne suína em 2024 pode crescer 2,8% frente ao ano passado. Quanto às exportações da carne brasileira, o setor acredita que o desempenho verificado em 2023 se sustente em 2024. Vale lembrar que, de janeiro/23 a novembro/23, os embarques brasileiros somavam 1,1 milhão de toneladas, devendo, portanto, renovar o recorde de 2021 (de 1,12 milhão de toneladas).

Para atender aos apetites interno e externo por produtos in natura e processados de origem suína, projeções realizadas pelo Cepea indicam aumento de 3,3% no número de animais abatidos de 2023 para 2024, podendo somar 59,1 milhões de cabeças. Ainda no caso da produção, o suinocultor pode vislumbrar um cenário de rentabilidade um pouco melhor do que a observada entre 2018 e 2022, sobretudo em decorrência das recentes desvalorizações do milho e do farelo de soja, principais insumos utilizados para a nutrição do animal e que, portanto, representam grande parcela dos custos.

Trigo - Baixa qualidade de cereal colhido em 2023 deve elevar importação no 1º semestre de 2024

Apesar da quebra de safra em 2023, devido ao clima desfavorável, o ano de 2024 vai se iniciar com um dos maiores volumes de trigo nacional. Todavia, a qualidade dos grãos colhidos foi fortemente prejudicada, o que deverá incentivar uma elevação no volume a ser importado – sobretudo no primeiro semestre –, visando a produção de farinha para o mercado interno. A previsão de importação da Conab é de 6 milhões de toneladas de agosto/23 a julho/24, quase 33% a mais que na temporada passada. Em contrapartida, o volume exportado pelo Brasil deverá cair, passando para 2 milhões de toneladas (entre agosto/23 e julho/24), 24,7% abaixo da safra anterior. No mundo, a oferta de trigo da temporada 2023/24 deverá cair, após quatro anos consecutivos em crescimento.

Fonte: Cepea

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