O Comitê Técnico de Sementes Florestais, da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), e o Redário, uma rede que reúne grupos de coletores de sementes, apresentaram diversas propostas à Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Conaveg), que coordena a Política Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa e o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa,
O objetivo é aprimorar o cumprimento da legislação de sementes florestais existentes e garantir a restauração de ecossistemas com qualidade e em uma escala que atenda à urgência demandada pelo planeta.
O documento aborda questões como a exigência de análises pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que só contempla 10% das espécies nativas, a escassez de laboratórios credenciados pelo Mapa, o tempo de análise, o custo e a baixa correlação entre os resultados laboratoriais e o desempenho das sementes no campo, entre outros medidas.
“Temos somente 11 laboratórios credenciados para sementes florestais e nativas no Brasil. A demora para análise de diferentes espécies pode comprometer a janela de plantio ideal para cada região. Outro problema é o custo elevado dos testes e a baixa correlação entre os resultados obtidos em laboratório e o desempenho das sementes no campo”, reforça a Coordenadora do Comitê Técnico de Sementes Florestais, pesquisadora Bárbara Dantas.
O documento também propõe, segundo ela, investimentos em pesquisa e alternativas para a melhoria da qualidade das sementes, como a reativação da comissão técnica de sementes, a adequação das normas e a integração dos resultados de pesquisa nas Regras para Análise de Sementes (RAS), que tem a finalidade de fornecer informações sobre a qualidade das sementes.
A nota técnica ressalta ainda a importância das sementes florestais para o cumprimento do compromisso do Brasil no Acordo de Paris, que prevê a restauração de 12 milhões de hectares até 2030. “Precisamos agilizar todas essas questões para cumprirmos a meta”, afirma Bárbara.
“O documento traz os nossos principais desafios e oportunidades para o desenvolvimento da cadeia produtiva de sementes nativas no Brasil. Essa cadeia representa uma oportunidade para o desenvolvimento socioeconômico sustentável no Brasil, com geração de trabalho e renda, valorização de áreas naturais conservadas, das populações indígenas e comunidades locais, e de seus conhecimentos tradicionais”, afirma Bárbara.
O Grupo de Trabalho que editou as propostas foi formado pelos profissionais do Redário e CTSF Eduardo Malta, Danielle Celentano, Anabele Stefânia Gomes, Juliana Müller Freire, Barbara França Dantas e Fatima C.M. Piña-Rodrigues.
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