domingo, 06 de abril de 2025

ExpoLondrina: IDR-Paraná mostra potencial das microalgas no agronegócio
05/04/2025
Estudos atuais destacam uso como bioestimulantes, biofertilizantes, alimentos e na indústria
Por: Redação
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A pesquisa já comprova sua viabilidade produtiva, mas essa alternativa de renda ainda passa despercebida pela maioria dos produtores paranaenses
Divulgação

Bioinsumos para a agricultura, suplemento alimentar para a pecuária, pigmentos e corantes para a indústria, biocombustíveis, fármacos, cosméticos e alimentos funcionais — o potencial econômico da biomassa de microalgas é enorme. A pesquisa já comprova sua viabilidade produtiva, mas essa alternativa de renda ainda passa despercebida pela maioria dos produtores paranaenses. Para apresentar as oportunidades da atividade, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) preparou uma mostra temática em seu estande na ExpoLondrina.

“Nosso clima permite produzir uma ampla variedade de biomassa, matéria-prima para inúmeros produtos de alto valor agregado em diferentes cadeias produtivas, inclusive fora do agronegócio”, afirma a pesquisadora Diva de Souza Andrade.

Algumas dessas microalgas já são conhecidas do público por seu valor nutricional, sendo amplamente utilizadas na alimentação humana, como na culinária oriental.

Elas ocorrem em quase todos os ambientes, com predominância nos meios aquáticos, continentais ou marinhos. Formam um grupo extremamente diverso do ponto de vista genético e morfológico. Estima-se a existência de até dez milhões de espécies, a maioria microscópica, visível apenas com lentes de grande ampliação. “Mas esses microrganismos se agrupam em colônias, e sua presença é fácil de notar, como acontece com a água esverdeada de piscinas”, exemplifica a pesquisadora.

PESQUISA — O IDR-Paraná iniciou os estudos com microalgas há mais de 15 anos, a partir do mapeamento das espécies presentes em águas continentais do estado. Na época, foram identificadas seis delas com potencial para produção de biodiesel e duas para geração de gás (metano ou hidrogênio).

O banco genético da instituição tem atualmente 159 espécies que, desde 2015, vêm sendo avaliadas para uso na agricultura e na biorremediação de águas residuais da agroindústria.

Biorremediação é o processo que usa esses microrganismos para degradar ou remover poluentes presentes nas águas usadas por indústrias, tornando-as menos nocivas ao meio ambiente.

CULTIVO — Alta produtividade, baixo uso de terra em comparação às oleaginosas, como a soja, e a capacidade de absorver nutrientes de resíduos poluentes são alguns atrativos do cultivo de microalgas. “É possível seu cultivo em todas as regiões do estado”, destaca Diva Andrade.

Nesse sentido, outra linha de pesquisa investigou formas de produção em propriedades rurais. Considerando que ambientes abertos e líquidos favorecem o crescimento, os pesquisadores desenvolveram, em parceria com a UEL (Universidade Estadual de Londrina), um biorreator — tanque para cultivo desses microrganismos — de baixo custo voltado a pequenos produtores familiares. O equipamento demonstrou viabilidade e foi patenteado.

Estudos paralelos também buscaram alternativas aos caros reagentes químicos utilizados na nutrição das microalgas em cultivo. Estima-se, por exemplo, que o Paraná produza anualmente mais de um milhão de metros cúbicos de dejetos suínos — uma das fontes avaliadas.

Outra conquista relevante foi o sequenciamento completo do genoma de uma estirpe de Chlorella sorokiniana (IPR 7104) isolada em águas continentais do estado, etapa fundamental para futuros programas de melhoramento genético visando maior produtividade.

No campo agroindustrial, resíduos líquidos — como a vinhaça da cana-de-açúcar, do processamento da mandioca, de café solúvel, de laticínios — e os subprodutos da indústria de suco de laranja (bagaço e água de lavagem) também mostraram potencial como meio de cultivo. Outro resíduo avaliado foi o chorume de aterros sanitários, de alto impacto ambiental por sua capacidade de contaminar águas subterrâneas.

“Todas essas águas residuárias da agroindústria demonstraram potencial como fontes de nutrição para microalgas”, diz Diva Andrade. Ela destaca, além da redução de impactos ambientais, a economia gerada nos custos de produção. Ainda assim, reforça que são necessários mais estudos para validar o uso de cada resíduo.

BIOINSUMOS — A biomassa restante após a extração dos lipídeos das microalgas ainda é rica em nutrientes. “Isso abre espaço para novas pesquisas sobre o uso em rações animais e fertilizantes agrícolas”, explica a pesquisadora.

Algumas espécies de um grupo de microalgas, como as cianobactérias, também têm a capacidade de captar e fixar o nitrogênio atmosférico, o que amplia suas possibilidades como biofertilizantes ou condicionadores de solo.

Serviço

Potencial do uso de microalgas na agricultura

Local: estande do IDR-Paraná no Pavilhão Smart Agro — Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina - PR

Data: aberto durante todos os dias da ExpoLondrina

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