O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu uma mudança na resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) 5.081/2023, que trata de restrições e impedimentos socioambientais para a concessão de crédito rural no país, durante o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, ocorrido em São Paulo.
“O CMN foi mais rigoroso que a lei. O Código Florestal estabelece que a área que está em excesso de desmatamento ou com alguma inconformidade não pode acessar créditos oficiais. Perfeito, ninguém tem que incentivar, mas não estabelece que o restante da propriedade fique restrito”, declarou.
Fávaro criticou a ineficiência do Estado por não conseguir dar efetividade na aprovação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), apontando que apenas 1,7% dos cadastros foram aprovados em 12 anos. Ele enfatizou que o Estado não pode punir os cidadãos por sua própria inoperância e expressou confiança de que haverá uma alteração na resolução para dar tranquilidade ao crédito aos produtores. “A mudança vai dar tranquilidade ao crédito dos produtores, sem passar a flanela ao crime ambiental", declarou.
Mudanças Climáticas
Carlos Fávaro foi questionado também sobre as estratégias do grupo de trabalho do G20 em relação às mudanças climáticas. “As mudanças climáticas não podem mais ficar apenas no discurso, o negacionismo perdeu força. Ninguém mais consegue defender que as mudanças climáticas não chegaram e estão aí de forma muito severa", afirmou.
Fávaro destacou a importância de tomar atitudes concretas, mencionando que o Brasil tem assumido um papel de protagonismo com políticas energéticas renováveis e o compromisso com o desmatamento zero. “Esse compromisso não deve ser visto como uma barreira comercial, mas sim como um ativo importante para o Brasil”, acrescentou.
O Ministro defendeu a necessidade de debater efetivamente o pagamento de serviços ambientais para manter as florestas em pé, destacando que isso não é um favor, mas uma responsabilidade com o meio ambiente.
Fávaro disse quo Brasil tem potencial para produzir de forma sustentável, mencionando que muitos dos novos mercados abertos recentemente foram conquistados pela capacidade de produzir com sustentabilidade e rastreabilidade. Ele citou o exemplo do mercado de algodão, que tem se beneficiado dessas práticas.
“O algodão brasileiro tem crescido a passos largos. Em maio deste ano, o Brasil se tornou o maior exportador de algodão do mundo. Abrimos o mercado do algodão para o Egito, conhecido por ter o melhor algodão do mundo, conferindo ao Brasil uma equivalência de qualidade”, afirmou. Recentemente, o mercado do algodão, incluindo caroço e fibra, também foi aberto para a Arábia Saudita, ampliando os destinos do algodão brasileiro.
“O mercado global de algodão estava estagnado há 20 anos, mas o Brasil tem se destacado devido à rastreabilidade de mais de 90% do algodão brasileiro, desde a semente até o guarda-roupa. Essa rastreabilidade atrai consumidores de todo o mundo e aumenta a competitividade do produto.
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