sábado, 08 de novembro de 2025

Agropecuária, Café
Morre pesquisador Tumoru Sera, referência na cafeicultura brasileira
13/10/2025
Natural do Paraná, cientista dedicou cinco décadas à pesquisa e ao desenvolvimento variedades de café
Por: Vera Barão
Tumoru Sera pesquisador de café morre 74 anos conexão agro
Tumoru Sera foi responsável pelo desenvolvimento de 13 cultivares de café, que abriram fronteiras para a produção no Paraná, no Brasil e em outros países.
Reprodução: Confea/Faep
Tags: Tumnoru Sera referência em cafeicultura

Morreu de infarto, na manhã desta segunda-feira (13), aos 74 anos, o pesquisador Tumoru Sera, referência nacional e internacional na pesquisa com café. Ele deixa um legado imensurável para a ciência agrícola e para a criação, no Paraná, do maior e mais completo banco genético de café do país.

Mesmo após se aposentar em 2011, Sera continuava atuando como colaborador bolsista do Consórcio Café, no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), contribuindo com pesquisas e orientações técnicas. Era também cafeicultor e consultor na área cafeeira.

Natural de Nova Fátima (PR), Tumoru Sera formou-se no Colégio Agrícola Manoel Ribas, em Apucarana, e graduou-se em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutor em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Sera iniciou sua trajetória em 1974 como pesquisador no Iapar (Atualmente Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), onde dedicou décadas ao melhoramento genético do café e à formação de novas gerações de pesquisadores. Reconhecido pela comunidade científica, desenvolveu variedades mais resistentes a doenças e pragas, como a ferrugem, promovendo avanços significativos para a cafeicultura brasileira e contribuindo para a sustentabilidade da produção agrícola.

O consultor em cafeicultura Walter Figueredo destacou que Tumoru Sera “foi um grande pesquisador, que trouxe muitas inovações para a cafeicultura. Um homem que deixa um grande legado”.

O engenheiro agrônomo Guilherme Salomão,  que é também consultor pelo SEBRAE-PR nos projetos de cafés diferenciados do Norte Piorneiro, disse que estava em constante contato com dr. Tumoru. "O conheci em 2015 e, desde então, mantivemos contato tanto por meio do Sebrae — já que sua propriedade participava de projetos de cafés diferenciados — quanto pessoalmente. Sempre o tive como grande referência em tecnologia e melhoramento genético do café.
Tive a honra de aprender muito com ele em nossas conversas em sua propriedade, em Congonhinhas, e nos diversos eventos de café pelo Brasil. Nosso último encontro foi no dia 4 deste mês, durante o Encontro de Cafeicultores de Congonhinhas, realizado no galpão da APROCEC — espaço construído graças à doação do terreno feita pelo próprio Dr. Tumoru.", recordou Salomão.

A professora universitária Liberaci Pascueto afirmou que foi “uma honra conhecê-lo e ter participado com ele do projeto AgroInovatec. Pesquisadores como ele são inspiradores para as novas gerações”, lamentou.

Tumoru Serápesquisador cafeicultura conexão agro
Tumoru Sera recebendo a Menção Honrosa, ao lado do filho, também pesquisador Gustavo Sera, e do deputado Tercílio Turinii, que propôs a homenagem

No ano passado, Tumoru Sera foi homenageado com Menção Honrosa da Assembleia Legislativa do Paraná, em iniciativa do deputado estadual Tercilio Turini, pelos 50 anos de dedicação à pesquisa e pelas importantes contribuições à cafeicultura. Ao longo da carreira, foi responsável pelo desenvolvimento de 13 cultivares de café, que abriram fronteiras para a produção no Paraná, no Brasil e em outros países.

“Os estudos, a dedicação e o talento do pesquisador Tumoru Sera representam avanços na produção cafeeira e resultam em benefícios econômicos, sociais e ambientais”, afirmou o deputado. “A cafeicultura pode ser quantificada e qualificada antes e depois das pesquisas do senhor Tumoru Sera. As variedades e os estudos que ele desenvolveu garantiram aumento de produtividade, qualidade da bebida, redução de custos de produção e, o melhor de tudo, mais rentabilidade ao cafeicultor.”

Nos últimos anos, o pesquisador também colaborou com o Museu Histórico de Londrina, participando da recomposição da tradicional plantação de café no jardim do museu, um importante resgate da memória agrícola da cidade. Ontem, o Globo Rural apresentou reportagem com ele sobre como proteger os pés de cafés em época de geada.

O velório será realizado nesta segunda-feira (13/10/2025), a partir das 20h, na Capela do Crematorium Londrina. O sepultamento ocorrerá nesta terça-feira (14), às 11h, no mesmo local.

 

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