quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Agropecuária
Tecnologias para regeneração do ambiente produtivo após seca e fogo
05/11/2024
Produtor deve utilizar no manejo das culturas, tecnologias que mitigam os estresses ambientais e regeneram o ambiente produtivo
Por: Álefe Borges, Bruno Neves e Danilo Storti
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Situação se agrava com os incêndios
Imagem de Steve Buissinne por Pixabay
Tags: tecnologia para regeneração do solo

A seca prolongada, que ultrapassa 120 dias em várias regiões, combinada com queimadas subsequentes, causa danos severos às culturas agrícolas no sudeste do Brasil, impactando especialmente a cana-de-açúcar. Apenas no setor canavieiro, mais de 180 mil hectares foram queimados, gerando um prejuízo superior a R$ 1,2 bilhão.

A falta de umidade no solo durante a seca impede a decomposição adequada da matéria orgânica, comprometendo a liberação de nutrientes essenciais, a estrutura do solo e sua capacidade de retenção de água. A situação se agrava com os incêndios, que causam a combustão da matéria orgânica superficial, reduzindo drasticamente a capacidade de troca de cátions (CTC), fundamental para a fertilidade do solo.

Esses fatores resultam em solos empobrecidos, com menor capacidade de sustentar culturas agrícolas, levando à queda da produtividade e ao aumento dos desafios para os agricultores, que precisam de mais insumos como fertilizantes e corretivos para restaurar a fertilidade. Para enfrentar esta crise, o produtor deve utilizar no manejo das culturas, tecnologias que mitigam os estresses ambientais e regeneram o ambiente produtivo.

Uma alternativa é o uso de fertilizantes inteligentes, que combinam tecnologias exclusivas para aumentar a eficiência dos nutrientes, promover o desenvolvimento do sistema radicular e ativar as rotas metabólicas de defesa das plantas, resultando em maior tolerância aos estresses ambientais.

No campo da saúde biológica do solo, os insumos biológicos ganham destaque como soluções eficazes para a recuperação de áreas degradadas por secas e queimadas. Produtos biológicos promotores de crescimento e mobilizadores de nutrientes, a exemplo da bactéria Pantoea agglomerans cepa ESALQ 33.1, são essenciais para reintroduzir microrganismos benéficos nas camadas superficiais do solo, promovendo o desenvolvimento radicular e aumentando a absorção de nutrientes. Em complemento, os bionematicidas, à base de cepas de Bacillus spp. (Bacillus subtilis e Bacillus velezensis, por exemplo) atuam no controle de nematoides, reduzindo a taxa de crescimento populacional e fortalecendo o sistema radicular. Os biofungicidas, à base de isolados de Trichoderma spp., como Trichoderma afroharzianum, auxiliam no controle de patógenos fúngicos, prevenindo surtos populacionais em solos desequilibrados biologicamente devido aos estresses.

A sinergia entre essas tecnologias biológicas acelera a regeneração do solo, melhora a retenção de água, otimiza a absorção de nutrientes e fortalece a sanidade das culturas. Isso permite que áreas afetadas por fatores de degradação ambiental retornem à produção com maior resiliência, enfrentando melhor os desafios impostos por secas prolongadas e outros estresses climáticos. Essas soluções biológicas tornam possível reverter os impactos negativos e promover a sustentabilidade no campo através do aporte de microbiota benéfica.

Além dos insumos biológicos, os fisioativadores, compostos por nutrientes, aminoácidos específicos, substâncias húmicas e ativadores fisiológicos, também desempenham um papel vital na recuperação das plantas. Eles ajudam na regeneração celular, aumentam a resistência ao calor, ativam as defesas naturais e restauram o metabolismo das plantas, promovendo o crescimento das raízes e a absorção de água e nutrientes.

Essas soluções, quando aplicadas em conjunto com manejos de fertilizantes inteligentes e as soluções biológicas, fortalecem a resiliência das plantas, permitindo sua recuperação rápida e eficiente, minimizando os danos causados por estresses ambientais, como seca e queimadas, viabilizando uma produção agrícola sustentável e produtiva.

* Álefe Borges – Gestor de Portfólio da Bionat Soluções Biológicas. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa/MG, mestrado e doutorado em Fitopatologia com ênfase em Controle Biológico.

* Bruno Neves Ribeiro – Gestor de Portfólio da Kimberlit Agrociências. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa/MG e Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição, doutorado em Produção Vegetal pela UNESP e MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas - FGV.

* Danilo Storti – Gestor de Portfólio da Loyder Brasil. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Estadual Paulista FEIS/UNESP, com mestrado pela mesma instituição e especialização pela SOLLOAGRO ESALQ/USP em Solos e Nutrição de Plantas.

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