
O incentivo institucional e privado à criação de hortas, sejam elas urbanas, periurbanas, comunitárias, pedagógicas, etc., voltadas para a educação ambiental, à terapia ocupacional, à inserção social, à produção de alimentos, dentre outros, tem sido de suma importância em diversas cidades mundo afora, ações estas que contribuem ainda para o aumento do consumo de hortaliças, alimentos tão importantes na nossa dieta.
No contexto doméstico, observa-se, nos últimos anos, o interesse das pessoas em consumir alimentos mais frescos e saudáveis, e neste sentido, o cultivo de hortaliças em ambientes residenciais, seja no quintal da casa ou na varanda do apartamento, tem sido uma iniciativa divertida e prazerosa para o consumo familiar. Vale salientar que as atividades com hortas são consideradas terapêuticas, promovendo hábitos de vida mais saudáveis para todas as idades, desde crianças até os idosos.
E como iniciar uma horta? Existem nas redes sociais e/ou em diversos sites na internet, uma vasta literatura disponível a respeito de hortas urbanas, comunitárias etc., que podem ser consultadas facilmente, mas gostaríamos de indicar duas ações nesta temática, disponíveis e gratuitas, coordenadas pela Embrapa Hortaliças:
a) o livreto “Hortas em Pequenos Espaços” (https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/927690/1/HORTA-EM-PEQUENOS-ESPACOS-4-IMP-2017.pdf)
e b) o curso on line “Hortas em Pequenos Espaços” (2025_HPE_T7 | Embrapa AVA). Aqueles interessados poderão vivenciar os primeiros passos na produção de hortaliças em pequenos espaços, onde temas e informações básicas são disponibilizadas, como o local de instalação da horta, se em canteiros ou em recipientes (vasos), aspectos relacionados à luminosidade, solo, nutrientes, sementes e mudas, irrigação, manejo das espécies, tratos culturais, controle alternativo de pragas e doenças, colheita e finalmente, o consumo das hortaliças, dentre outros.
Dependendo do tamanho da horta, diversas espécies podem ser produzidas neste ambiente, incluindo as PANCS (Plantas Alimentícias não Convencionais), como a azedinha, peixinho, capuchinha, ora-pro-nobis e tantas outras, mas, aquelas hortaliças folhosas, como alface, rúcula, couve, espinafre, agrião, etc., certamente são as mais indicadas devido a maior facilidade na produção e ao ciclo curto de cultivo. Nestas pequenas hortas, recomenda-se ainda, o cultivo de espécies condimentares (manjericão, alecrim, hortelã, salsa, coentro, cebolinha etc.); os temperos (assim como as pimentas) se adaptam muito bem em cultivos em vasos ou jardineiras, tornando-se plantas quase perenes. Estes temperos enchem a horta e a casa de aromas, potencializando os sabores das diferentes receitas. Mini hortaliças (como os tomatinhos) também podem ser cultivadas nestes espaços, assim como as várias espécies de flores (comestíveis) que irão compor o visual da horta e dar aquele toque nos pratos.
Finalmente, a adoção de hábitos mais saudáveis tem um impacto significativo na melhoria da qualidade de vida e em uma alimentação mais prazerosa com as nossas hortaliças, que podem ser cultivadas no conforto de nossos lares. Assim, em poucas semanas, podemos desfrutar de hortaliças frescas, cultivadas por nossas próprias mãos, com a certeza de sua procedência. Estas hortaliças “caseiras” não só possuem uma textura mais crocante, mas também exalam um aroma mais rico e proporcionam um sabor mais agradável. Então, que tal colocar as mãos na terra e começar a cultivar sua própria horta em casa?
Warley Marcos Nascimento
Pesquisador da Embrapa Hortaliças e Presidente da Associação Brasileira de Horticultura (ABH)
E-mail:[email protected]
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