O agronegócio paranaense representa 33% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, emprega 840 mil pessoas e é responsável por 70% das exportações, algo em torno de US$ 14 bilhões por ano. Porém, terá que enfrentar grandes desafios.
De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, entre as dificuldades que o Paraná terá que enfrentar está conseguir incrementar o uso de tecnologia, trabalhar as matérias-primas, aumentar a competitividade dos produtos no mercado internacional com a diversificação da infraestrutura e livrar a produção de proteína animal de vacinações, o que compromete a imagem internacional do produto paranaense.
“O Paraná é um destaque, mas há margem para ampliar ainda mais essa estrutura e a produção. Somos líderes na produção de proteínas animais na soma das carnes e segundo maior produtor de grãos, importante abastecedor das cadeias animais e da exportação brasileira. O estado também tem cooperativismo forte. O governo precisa ter a clara dimensão disso e, tanto quanto possível, apoiar as políticas que favoreçam essa vocação paranaense”, afirma Ortigara.
O estado é o terceiro maior exportador no setor de agronegócio, com 14,1% da fatia brasileira para os mercados de fora, em saldo acumulado de US$ 105 bilhões nos últimos dez anos. São 15 milhões de hectares plantados, de cerca de 305 mil produtores distintos. Diante desse cenário, explicou o secretário, o Paraná se prepara para agregar mais valor aos produtos locais com mais tecnologia e industrialização.
Fatores de Sucesso – Os fatores de sucesso do agronegócio envolvem climas diferentes, abertura para inovação, integração agroindustrial, fluxo adequado de financiamentos, baixa inadimplência, material genético de bom padrão e zoneamento de risco climático. Esse quadro, construído nas últimas décadas, permitiu ao estado se tornar o segundo maior produtor de soja, com mais de 5 milhões de hectares plantados; segundo maior produtor de milho, com exportações na casa de US$ 5 bilhões; maior produtor brasileiro de trigo; terceiro maior produtor de tabaco, setor que emprega 33 mil famílias; e maior produtor de feijão, com três safras por ano.
Leite, aves e suínos – O Estado também se destaca na produção de leite, suínos, frango, seda e erva-mate, alçando esses produtos para os principais mercados consumidores do mundo. Na questão do leite, o Paraná se prepara para exportação e atração de investimentos para diversificação; no abate de suínos, para alcançar a meta de 1 milhão de toneladas. O estado ainda abate 1,8 bilhão de aves por ano com 31 frigoríficos voltados para a exportação – 20 com abate halal, para o mercado muçulmano, nove para a China e 14 para a União Europeia.
“Ainda temos o desafio sanitário de acabar com velhas doenças e enfrentar zoonoses como tuberculose e brucelose bovina. Também qualificar o leite, o pequeno cooperativismo à margem do processo dos mercados, fortalecer a alimentação escolar com alimentos provenientes da agricultura familiar e programas sociais de atenção às pessoas vulneráveis com restaurantes populares e cozinhas comunitárias. O conjunto do governo precisa entender esses desafios de tal forma a entregar para a sociedade aquilo que nos comprometemos”, afirmou Ortigara.