quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Carnes

Pior ano da história para produtores de frango, ovos e suínos

O ano de 2018  é considerado o mais crítico da história para produtores brasileiros de aves, ovos e suínos. A avaliação é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que nesta quinta-feira (23) apresentou dados consolidados e previsões da avicultura e suinocultura, durante entrevista coletiva.

Entre os fatores econômicos que confirmam a avaliação, a suspensão de plantas exportadoras de carne de frango pela União Europeia (UE), a continuidade do bloqueio russo à carne suína, a instituição de novos critérios halal por países árabes e a aplicação de medidas de direito antidumping pela China, considerada equivocada pelo setor.

Já a greve dos caminhoneiros, em maio, foi um dos grandes complicadores deste quadro negativo.
Somados esses fatores provocaram a perda de competitividade da produção brasileira de aves e suínos.

Destaca-se ainda a elevação dos custos de produção, especialmente pela alta do milho e do farelo de soja.
No caso do milho, a elevação média é de 53%, em relação ao mesmo período do ano passado – comparação com agosto de 2017. Já a alta da tonelada de farelo de soja supera 43%.
O fator cambial e a redução da oferta de grãos, nesta safra, também impactaram substancialmente este quadro.
Como consequência direta desta elevação, além do aumento do preço do transporte, foi o anúncio da importação de milho de países do Mercosul, ocorrido no início deste semestre. O tabelamento do frete também trouxe perda de competitividade.
Já a  greve dos caminhoneiros mostrou ao Brasil a grande dependência da avicultura e da suinocultura da logística rodoviária. A logística do setor usa transportes dedicados – por questões sanitárias – tanto para animais, quanto para produtos. Exatamente por isto, são transportes fidelizados, majoritariamente em distâncias curtas.

Com a nova tabela, o custo logístico dos setores apresenta uma elevação média de 35%, chegando próximo de 80% em algumas modalidades, como o transporte de ração.
Com o tabelamento de frete e elevação dos custos de produção, os preços das carnes e outros produtos de aves e de suínos tendem a aumentar por volta de 15% para o consumidor final.
As perdas poderiam ser maiores, não fosse a forte diversificação de mercados importadores da proteína animal do Brasil.

No mercado internacional, grande parte das exportações que antes eram destinadas a Rússia tiveram países da Ásia (China e Hong Kong) e da América do Sul (Chile, Uruguai e Argentina) como destino.
Já as exportações de carne de frango para China, México, Iêmen, Emirados Árabes Unidos e outros mercados reduziram os impactos do embargo europeu.
Frango – A previsão é de que a produção de carne de frango reduza de 1% e 2% em 2018, em relação as mais de 13, 058 milhões de toneladas produzidas no ano passado, girando em torno de 13 milhões de toneladas.
A redução é puxada pela diminuição no alojamento de pintos de corte, estimada entre 3% e 5%, impactando na oferta disponível de carne de frango.
No início de 2018, a projeção, inicial, da ABPA era de crescimento de 2% a 4%. Já o consumo per capita estimado para o ano é de 42 quilos contra 42,07 quilos em 2017.
As exportações de carne de frango devem retrair entre 2% e 3% neste ano, em relação às 4,32 milhões de toneladas embarcadas em 2017, alcançado neste ano 4,2 milhões de toneladas.
No início de 2018, a projeção da ABPA era de crescimento entre 1% e 3%.
Carne suína – A produção de carne de carne suína deve apresentar elevação de 1% neste ano, em relação às 3,75 milhões de toneladas produzidas em 2017, com volume próximo à 3,8 milhões de tonelada.
No início de 2018, a projeção da ABPA era de crescimento entre 2% e 3%.
O consumo per capita estimado para este ano é estável (em 2017, foram 14,7 quilos).
As exportações de carne suína devem retrair entre 10% e 12% neste ano, em relação as 697 mil toneladas embarcadas em 2017, ficando em torno de 620 mil toneladas.
No início de 2018, a projeção da ABPA era de crescimento entre 4% e 5%.

Banner Conexão Agro Anúncio 728x90

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Podcast

Coluna Podcast

Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
11/09/2024

Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

Cotações

Resumo Técnico fornecido por Investing.com Brasil.

News Letter

Calendário

Calendário