O Paraná começou por Paranavaí, o primeiro fórum “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação”, evento promovido pelo Governo do Estado e parceiros com o objetivo de debater a suspensão da vacina contra febre aftosa no estado.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; e o gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, participaram do encontro no Centro de Eventos Armando Trindade Fonseca.
Ortigara destacou que o fórum em Paranavaí marca o início de uma série de eventos para conscientização dos criadores em relação à suspensão da vacinação contra a febre aftosa. “Temos boas condições técnicas para garantir a defesa agropecuária do estado e, com a suspensão, temos a possibilidade concreta de entrar nos melhores mercados de proteínas animais”, disse.
Segundo ele, serão promovidos mais cinco fóruns ao longo do mês de maio. O próximo acontece nesta quarta-feira (21), em Guarapuava, Pato Branco (22), Cascavel (23) e Curitiba (29). Além dos produtores, participam entidades e lideranças do setor agropecuário, técnicos, estudantes e representantes do poder público.
Após a campanha de vacinação de maio de 2019, que atinge bovinos e búfalos de até 24 meses, o Paraná deixa de vacinar contra febre aftosa. Em setembro, o Ministério da Agricultura publica um ato normativo que mudará o status do Estado para Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconhecerá a condição do Paraná em 2021.
Para o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, o Paraná está preparado para o diagnóstico rápido da doença, que não se manifesta desde 2005. “Estamos realizando treinamentos, analisando o trânsito de animais e garantindo fortalecimento de barreiras nas divisas do Estado. São 33 postos de fiscalização”, disse. Cargas em trânsito de animais vacinados poderão transitar pelo Paraná desde que passem por pontos de ingresso estabelecidos pela Adapar.
Parceiros – Os fóruns são promovidos pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Adapar, Emater, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sistema Faep/Senar, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), e Sistema Ocepar, além de entidades locais que colaboram com recursos físicos, como prefeituras, Sociedades Rurais de Cornélio Procópio e Pato Branco, Fiep, e Unicentro.
Exportações – Em março deste ano, os técnicos Marta Oliveira Freitas (Adapar) e Fábio Peixoto Mezzadri (Deral/Seab) divulgaram um estudo que mostra que o novo status pode dobrar as exportações de carne suína no Paraná, chegando a 200 mil toneladas ao ano.
Este cenário é previsto se o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por China, Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária, e representam 64% do comércio mundial de carne suína.
Além disso, as cadeias produtivas de carne bovina, de aves e leite também serão beneficiadas com o acesso a mercados que remuneram melhor.