O Paraná será pioneiro na fiscalização com uso de drones pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do órgão (DDA/SFA-PR), Hugo Caruso, que esteve em Londrina participando de um evento tecnológico, falou sobre o novo monitoramento com exclusividade ao Portal Conexão Agro. De acordo com ele, a expectativa é de que o trabalho piloto, que servirá de modelo para os demais estados da federação, comece em dezembro.
Três aparelhos modelos Phantom 4 Pro, multirotor, bateria de alta performance, sensores infravermelhos e que voa de forma inteligente, foram doados pela Receita Federal ao Mapa. Os equipamentos ainda estão sendo legalizados na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para entrarem em operação, auxiliando o trabalho dos fiscais.
Caruso ressalta o potencial da utilização dos drones na fiscalização. “São inúmeras formas de utilizar os equipamentos. Na área animal, os drones podem fazer a contagem no campo, não precisando recolhê-los no curral. Na fiscalização de sementes, os aparelhos podem realizar um trabalho prévio e, havendo a necessidade, o fiscal irá até o local. Consigo assim, fazer uma triagem do serviço. No futuro, poderemos realizar o controle da soja plantada fora do período permitido para evitar a ferrugem da soja. É possível sobrevoar uma propriedade e identificar os locais com soja, podendo o proprietário ser multado”, explica Caruso.
Além de agilizar e facilitar a fiscalização, os drones economizam mão-de-obra no trabalho de fiscalização. “Outras superintendências do Mapa, como em Roraima, na Região Norte, já fazem monitoramento com a Venezuela para verificação da entrada de gado. No Paraná, uma das utilizações será monitorar a fronteira da Argentina para evitar o transporte de animais. Toda vez que o preço está competitivo no Brasil, tentam trazer animais para cá”, aponta Caruso.
Os drones poderão auxiliar ainda operações em conjunto dos fiscais do Mapa e outros órgãos, como Força Verde, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) no combate ao uso de agrotóxicos ilegais.
“Às vezes, é difícil identificar o local de armazenagem dos produtos irregulares. Geralmente, estão bem escondidos numa casinha lá no fundo da propriedade e não na sede. Com o sobrevoo do drone poderemos verificar se existe algum local para esconder o material”, conclui Caruso.
