A primeira edição do SolloAgro Summit, que aconteceu nos dias 21 e 22 deste mês em Piracicaba, interior de São Paulo, superou as expectativas. A programação contou com 41 palestras, que debateram os temas relevantes do universo agro, e a participação de 590 inscritos, entre profissionais do agronegócio, empresas, universidades e institutos de pesquisa. A iniciativa foi bem-sucedida, por isso, uma segunda edição já está sendo planejada para o próximo ano. O evento é uma realização do SolloAgro e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), com apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq).
Idealizado para acontecer em 2020, o Summit foi adiado por conta da pandemia de Covid-19, permitindo aos organizadores um período de atualização, amadurecimento e alinhamento dos temas que foram abordados nesta primeira edição de 2022.
“O Summit é um evento diferenciado no universo agro e foi pensado para agregar a comunidade SolloAgro, formada pelos alunos de extensão da Esalq/USP. Este público é formado por profissionais multidisciplinares e percebemos que havia também um interesse grande por parte das empresas por eventos desse tipo”, explica Babi Figueiredo, especialista em planejamento estratégico, marketing, comunicação e eventos do SolloAgro e uma das organizadoras do Summit.
Segundo ela, um dos propósitos do encontro foi atender uma demanda por conhecimento diferenciado, o que permitiu mostrar a esse público que as informações obtidas nos cursos de especialização podem ser aplicadas na prática.
“Nós reunimos academia, indústria, consultores e produtores para trocar ideias sobre novidades e realidades do mercado do agronegócio. Houve a participação de 16 startups expositoras que foram selecionadas porque trazem as maiores novidades do mercado”, salientou. “Tivemos um feedback muito positivo e pretendemos, no futuro, levar esse evento para outras regiões do país”, disse Babi.
Encerramento
O SolloAgro Summit foi encerrado com uma palestra de balanço macroeconômico do agronegócio, ministrada por Alexandre Lahoz Mendonça de Barros, da MB Agro, que apresentou um panorama do cenário mundial, ressaltando as grandes transformações pelas quais a agricultura vem passando nas últimas décadas, bem como as mudanças geopolíticas atreladas a elas.
De acordo com Barros, o Brasil vive um momento histórico no setor agrícola com equilíbrio entre a oferta e a demanda. Em 1990, o país exportava US$ 7,1 bilhões em alimentos, chegando a US$ 77,3 bilhões em 2019.
“Ao longo deste período houve um reposicionamento de quem produz e quem consome e, após a pandemia, foram muitas as mudanças neste cenário. Atualmente o grande desafio está no alto preço dos adubos importados da Rússia, um país envolvido em conflitos com a Ucrânia. Isso vai exigir do produtor brasileiro muita inteligência agronômica. É hora de reciclar conhecimentos e testar novas competências”, concluiu Barros.