Os resultados da primeira safra de soja da Smart Farm cultivada em parceria pelo Cocriagro e IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER) foram apresentados em Dia de Campo nesta quinta-feira (16/02). Trata-se do primeiro experimento de campo no Brasil que congrega tecnologias de startups, empresas, cooperativas e instituto de pesquisa.
O objetivo da Smart Farm é criar um ambiente de vitrine tecnológica de soluções inovadoras para produtores rurais, que exemplifique as atividades de inovação aberta geridas pelo hub e os resultados de campo. “Os integrantes da Smart Farm participaram de todo o processo de planejamento, plantio e acompanhamento dessa safra de soja, que agora mostra os primeiros resultados positivos dessa integração”, explica George Hiraiwa, head de relações institucionais do Cocriagro. “O hub do Cocriago foi construído justamente para fazer estas conexões entre startups, empresas, instituições de pesquisa, como o IDR-Paraná e universidades. Trazer as inovações das startups para auxiliar e aprender junto com os pesquisadores”.
Entre os resultados alcançados em parcelas experimentais das startups está o incremento de 13% na altura das plantas na aplicação da Agroper. “De uma forma geral, as plantas estão maiores e mais vigorosas, com maior pegamento e aumento do número de vagens, o que deve resultar em um incremento de produção durante a colheita, programada para começar em março”, ressalta Hiraiwa.
As startups que utilizaram suas tecnologias na área são: Agritel – equipamento de telemetria no maquinário utilizado ao longo da safra; Agro365 – plataforma de gestão de propriedade; Espectro – sensores de solo; FarmGO – estação meteorológica e agricultura de precisão; Fitovision – plataforma Syslaudo para acompanhamento dos experimentos; Agroper – fertilizantes orgânicos; Dioxd – tratamento de sementes com dióxido de carbono, Soluciona Drones – startup de pulverização por drones; e EPI Cont – para gestão dos EPIs durante o manejo.
Dia de Campo
O evento contou com a participação de produtores, pesquisadores, extensionistas, consultores e público em geral. A diretora de pesquisa do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino, ressalta que todas as ferramentas desenvolvidas e apresentadas na Smart Farm geram um aumento de eficiência, rentabilidade e sustentabilidade dos sistemas produtivos de importância social e econômica para o Paraná. “Muitas dessas startups já estão na fase final do desenvolvimento das tecnologias que irão contribuir para o uso racional de insumos e para a tomada de decisões que irão auxiliar os produtores para uma produção sustentável de fato”.
A Fitovision trouxe dois softwares e um aplicativo para a Smart Farm, com o objetivo de facilitar a gestão de dados agrícolas. Para a representante da startup, Sheila Valencio, os resultados são muito satisfatórios para o produtor. “Conseguimos economia de tempo e mão de obra, uma rastreabilidade melhor e um rápido acesso à informação, permitindo uma tomada de decisão mais rápida. Minimizou também o erro de digitação, porque tudo foi coletado pelo aplicativo, facilitando assim uma conclusão mais assertiva do que estava sendo analisado nos experimentos”.
O produtor rural Guy Tsumanuma ressaltou que o uso da tecnologia, atualmente, no agro, é algo irreversível e a validação de produtos e sistemas desenvolvidos pelas startups é fundamental para uma eficiência de resultados. “Foi a tecnologia que nos trouxe até aqui. Tão importante quanto o uso da tecnologia é a validação por parte dos institutos e também de outras empresas como cooperativas, de vendas e startups que estão realmente preocupadas em trazer o benefício ao agricultor”.
O diretor de Inovação da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Renan Salvador, destacou que o hub do Cocriago está instalado dentro do Parque Ney Braga e a Smart Farm é uma grande vitrine tecnológica. “Depois desta primeira edição vamos dar continuidade a este trabalho. A SRP, junto com o Cocriago e o IDR-Paraná, tem o objetivo de se aproximar cada vez mais do produtor para encontrar novas formas de fazer e gerar sustentabilidade, redução de custos e, principalmente, uma segurança alimentar para a população”.
O IDR-Paraná também apresentou tecnologias desenvolvidas em seus projetos de pesquisa e inovação, tais como a cultivar de soja convencional IPR Petrovita (utilizada na Smart Farm), apta para alimentação humana e cultivo orgânico, e as cultivares de milho variedade IPR 216 e IPR 164, que apresentam baixo custo e alta produtividade. Além das cultivares, foram apresentadas tecnologias para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) de grãos, estações agrometeorológicas compactas, bionsumos – microalgas e controle biológico, sistema autônomo para irrigação, e os aplicativos “IDR Clima”, “ClimAtlas-19”, “GID Pragas da Soja”, “IPR 212” e “IPR 216”.
Assim como as startups e o Instituto, as empresas Inquima e Nova também contaram com experimentos de tecnologias. Para a safra de 2022/2023, que vai de novembro/22 a fevereiro/23, as empresas participantes foram Cooperativa Agroindustrial Integrada, Inquima, Laboratórios Nova e Bayer que vão fornecer os insumos para o manejo das culturas.