A produção da indústria de alimentos do Paraná cresceu 8,8% no ano passado em comparação com 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho é o maior da série histórica, iniciada em 2002, e o melhor do País. A taxa nacional do setor foi de 1,6%.
O índice setorial ajudou o Paraná a alcançar um crescimento de 5,7% na produção industrial geral, somadas todas as atividades, que também foi o melhor resultado do Brasil em 2019. “Toda a nossa indústria mostra vitalidade e para a economia paranaense é importante o bom desempenho do setor de alimentos. É uma cadeia produtiva que movimenta muita gente”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Ele ressalta que o Paraná é vocacionado para a produção de alimentos e que a gestão estadual trabalha para que a produção agrícola primária seja cada vez mais transformada em produtos de consumo. “Temos como meta de gestão estimular a industrialização, para agregar valor aos produtos do campo e gerar mais emprego e renda, principalmente no Interior”, afirma Ratinho Junior.
O desempenho do Paraná, aponta o governador, respalda as iniciativas do Governo do Estado de estimular o setor privado com programas de financiamento, desburocratização e agilidade na abertura de novos negócios, com iniciativas como o Descomplica e o Descomplica Rural, concessão de incentivos fiscais, aplicação de uma política sanitária rigorosa e capacitação técnica da produção.
Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os índices são frutos do trabalho de potencializar a abertura de mercados para o Paraná, especialmente na Ásia. “A tendência é de que o Estado cresça ainda mais, e dentro de três ou quatro anos lidere produção de carne suína no Brasil, por exemplo. Vamos continuar garantindo a qualidade do produto e aproveitando a chance de melhorar cada vez mais a nossa economia”, destaca.
Recuperação – O resultado positivo da indústria paranaense de alimentos no ano passado recuperou dois indicadores negativos, em 2018 (-11,8%) e 2017 (-1,3%). Segundo o IBGE, fevereiro, março, maio e outubro foram os meses com maior produção em 2019, com aumentos que variaram entre 14,1% e 23,1% na comparação com os mesmo períodos do ano anterior.
O setor industrial de alimentos na pesquisa do IBGE engloba abate e fabricação de carnes, pescados, biscoitos, achocolatados, balas, condimentos, massas, pães, sucos concentrados, óleos, laticínios, alimentos à base de milho, trigo, arroz, café, açúcar, e outros. Em 2019, o Paraná se destacou também na produção de veículos, máquinas e produtos de metal.
Alimentos – Outros indicadores da cadeia de alimentos ajudam a explicar o boom do setor industrial no ano passado. A pesquisa trimestral de abate de animais, também do IBGE, aponta números positivos para o Estado em 2019 tanto na cadeia de suínos como na de frangos.
Entre janeiro e setembro de 2019, foram abatidos 6,9 milhões suínos, o que representou 632,6 mil toneladas de carne. No mesmo período houve abate de 1,4 bilhão de frangos. São 60 milhões a mais do que os três primeiros trimestres de 2018. O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) calcula que o Paraná encerrou 2019 com recorde de abate, chegando a marca de 1,87 bilhão de cabeças.
A pesquisa trimestral do leite (IBGE) aponta dados positivos na produção industrializada do setor. Foram 2,4 milhões de litros produzidos nos nove primeiros meses de 2019, crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período de 2018.
Em 2019, segundo o Ministério da Economia, o Estado consolidou a 3ª posição no ranking nacional das exportações agropecuárias, correspondendo a 13,02% do volume brasileiro, atrás apenas do Mato Grosso (17,22%) e São Paulo (15,63%). O agronegócio foi responsável por cerca de 77,6% das exportações do Paraná em 2019.
Futuro – Para aumentar esse ritmo, as 216 cooperativas paranaenses vinculadas ao Sistema Ocepar anunciaram investimentos de R$ 3,8 bilhões em 2020 – R$ 3,4 bilhões apenas no Paraná. O planejamento se concentra em infraestrutura (armazenagem, logística e produção de energia) – cerca de R$ 1,1 bilhão, e na industrialização da produção agrícola e da pecuária (suinocultura, avicultura e a indústria láctea projetam, juntas, investimentos de R$ 1,08 bilhão).
O Paraná também espera atingir novo patamar sanitário no mercado internacional nos próximos meses com duas conquistas de 2019. Instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reconheceram o Paraná como área livre da peste suína clássica (PSC) e encerraram a vacinação contra a febre aftosa dos bovinos e bubalinos, etapa para conquista do selo de Estado Livre da Aftosa Sem Vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O primeiro documento desloca o Estado de um grupo que era formado por 14 unidades federativas. Já a suspensão da vacinação contra a febre aftosa passou a valer no dia 31 de outubro, o que deu início à campanha de cadastramento obrigatório de um rebanho de 9,2 milhões de cabeças, com vigilância sanitária redobrada. A decisão de suspender a vacinação se deve à qualidade do serviço de sanidade do Estado, atestada por meio de duas auditorias do Ministério da Agricultura nem 2018.