Pesquisa da Embrapa mostra que produtores parisienses contribuem muito para a preservação ambiental
Produtores rurais do Paraná superam a média nacional de destinação de áreas para preservação ambiental. Enquanto no País, o percentual é de 20%, no Estado, os agricultores destinam 27,9%. Os números são de um estudo realizado pela Embrapa Territorial (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com apoio da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e cooperativas paranaenses.
Utilizando informações do banco de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Embrapa calculou a dimensão das áreas dedicadas à Área de Preservação Permanente ((APP) e vegetação excedente.
No Brasil, o percentual de áreas dentro de propriedades agrícolas dedicadas à preservação é de 20%, o que equivale a 160 milhões de hectares.
“O trabalho de geoprocessamento levou cerca de dois meses, pois verificamos os dados em mais de 370 mil imóveis rurais cadastrados no Paraná. Essas propriedades ocupam uma área total de 14,5 milhões de hectares, sendo que os agricultores se comprometem a dedicar 4 milhões para a preservação ambiental”, afirma o técnico da Embrapa Territorial, Carlos Alberto de Carvalho.
De acordo com o técnico, o estudo da Embrapa traz números e dados científicos que demonstram que os agricultores contribuem de expressivamente com a preservação do meio ambiente.
“Com as ferramentas de georreferenciamento e inteligência territorial nós podemos localizar, por município, e indicar onde estão os produtores rurais que têm mais áreas destinadas à preservação, encontrar os que têm menos, estabelecer contatos e utilizar os mecanismos de compensação. Todas essas informações, expressas em mapas e números, nos trazem um embasamento para propor políticas públicas, estabelecer parcerias e ampliar o detalhamento dos dados, mostrando a interconexão dos locais de preservação e motivando outros estudos, por exemplo, sobre o movimento e deslocamento da fauna nessas áreas”, destaca.
O pesquisador ressalta que os dados do CAR dizem respeito à intenção dos agricultores com relação à preservação.
“Esse trabalho é declaratório. O produtor rural, ao fazer o Cadastramento Ambiental Rural, informou onde vai ser sua reserva legal, onde vai ser sua área de APP, onde tem vegetação excedente, e se comprometeu, administrativamente e juridicamente, a preservar e manter aquelas áreas. É um ato declaratório, não quer dizer que tudo está coberto de vegetação, mas significa que os proprietários rurais se comprometeram a isso e serão monitorados pelas instituições fiscalizadoras”, conclui.
*Com informação da Ocepar
