Risco do avanço no mundo da peste suína é desafio para gestão sanitária brasileira

O controle da peste suína afrincana (PSA) tem sido um desafio, mas, por enquanto, a América é o único continente ainda sem registros da doença. O Brasil é quarto maior exportador de carne suína do mundo. Uma eventual incidência do vírus no país, poderia acarretar em prejuízos acima de 5 bilhões de dólares. Nesse sentido, pesquisadores do Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP indicam que é de extrema importância que a cadeia nacional esteja atenta e preparada para prevenir a entrada.
Os pesquisadores indicam que trabalhar a cultura das notificações entre os produtores rurais brasileiros é desafiador, mas muito necessário. Além disso, seria preciso discutir um formato de composição e funcionamento de um fundo ou de um sistema de financiamento da vigilância. Imprescindível também seria a criação de um sistema de indenização, público-privado, para dar suportes técnico e financeiro para os produtores em possível situação de crise.
Recomendam, adicionalmente, a modernização do sistema de vigilância ativa, incorporando cada vez mais o instrumento de análises de risco na tomada de decisão e as novas tecnologias disponíveis para monitoramento, integração de bases de dados, entre outras facilidades disponíveis, que permitem reduzir o custo dos serviços e aumentar a eficiência.
Segundo pesquisadores do Cepea, o Brasil tem muito a perder com as doenças que acometem rebanhos, perdas que vão além da produção e das transações comerciais, que causam impactos socioeconômicos importantes e que podem ter efeitos de longo prazo na imagem brasileira. Imagem esta que ainda precisa ser comunicada de forma mais fidedigna e confiável, informando os consumidores dos países importadores sobre a qualidade, inocuidade e confiabilidade dos produtos agroindustriais brasileiros, particularmente, em termos sanitários.