Alto valor comercial nas pistas e versatilidade do quarto de milha impõem-se sobre as outras raças no agronegócio brasileiro de cavalos. O mercado de R$ 6 bilhões, que emprega mais trabalhadores diretos que a indústria automotiva no País, terá Londrina como palco do 41º Campeonato Nacional Quarto de Milha, de 14 a 22 de julho, no Parque de Exposições Ney Braga.
Realizado pela Associação Brasileira dos Criadores do Quarto de Milha (ABQM), o evento é considerado o maior da América Latina e o segundo maior da raça no mundo com número recorde de inscritos. A estimativa inicial era de cerca de 4.500 inscrições, mas chegou a 7.900, em 18 modalidades.
Em disputa estarão os cobiçados troféus e fivelas do Campeonato Nacional e uma premiação superior a R$ 1 milhão.
Participam competidores de 20 estados brasileiros. São Paulo e Paraná – o segundo com concentração de competidores, proprietários e de cavalos quarto de milha no Brasil. O país tem 560 mil cavalos da raça registrados.
Para receber a competição está sendo preparada uma megaestrutura no Ney Braga. Além da pista equestre coberta, com 50 x 120 metros e que faz parte do complexo do parque de exposições, foram construídas outras três em estrutura móvel, sendo duas para competição, nas dimensões de 40 x 120 metros; e uma terceira pista de aquecimento com 30 x 70 metros. Todas também cobertas.
Estrutura que também deve abrigar mais de 1 mil veículos, entre traillers e caminhões, e 1042 instalações para receber mais de 2 mil animais em baias iguais as que abrigaram os cavalos que competiram nas Olimpíadas de 2016, realizada no Rio de Janeiro.
São estimados mais de 10 mil visitantes de outras cidades, entre competidores, familiares, criadores, entre outros, que se somarão ao público em geral. Visitantes que contarão ainda com 200 barracas de produtos e insumos para criação de cavalos e moda country.
Serão realizados 10 leilões oficiais com um plantel de 400 animais e uma estimativa de negócios de R$ 20 milhões. Exemplares de alta qualidade genética também estarão expostos nas 13 galerias de garanhões. Serão leiloados animais que custam entre R$ 30 mil e R$ 500 mil.
O quarto de milha é considerado o cavalo mais veloz do mundo, percorrendo em 20 segundos a distância de um quarto de milha, o que deu origem ao nome. “É um cavalo de estatura média, extremamente musculoso e robusto. É o melhor animal para a lida no campo. Tem ainda uma habilidade de trabalhar com o gado muito boa.Todas as provas que acontecerão no campeonato mostrarão as habilidades do quarto de milha, como competições de velocidade, maneabilidade e animais com provas com boi, como apartação, acompanhamento de gado, assim como acontece numa propriedade rural”, afirmou em entrevista coletiva na Sociedade Rural do Paraná (SRP), o diretor executivo da ABQM, Daniel Costardi.
O diretor ressaltou a evolução grande do quarto de milha no Brasil, desde que chegou, em 1955. A raça foi a primeira a ser desenvolvida na América e surgiu nos Estados Unidos por volta de 1600. Os primeiros animais originaram de cavalos trazidos da Arábia e Turquia pelos exploradores espanhóis, através de cavalos cruzados com éguas que vieram da Inglaterra, em 1611. O cruzamento produziu o quarto de milha.
“A cada evento, como o Campeonato Nacional, temos recordes sendo batidos. Isso mostra que estamos em uma evolução constante, o que toda raça deve buscar. Os campeonatos servem justamente para isso. A genética brasileira, assim como a dos Estados Unidos, é muito boa. Somos difusores de genética. Outros países da América Latina compram cavalo quarto de milha brasileiro para melhorar o plantel de seus países”, acrescentou o diretor da maior associação da raça da América Latina.
