A notícia de que os 25 estados e o Distrito Federal tendem a ser declarados livres da aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) é comemorada pelo setor da pecuária, mas a decisão deve aguçar as discussões em relação ao Paraná, que poderá obter o certificado de área livre da doença sem vacinação como ocorre com Santa Catarina. Entretanto, há divergência entre o setor pecuário e a proposta do governo que quer fazer a última vacinação no Estado em maio de 2018.
“A decisão da OIE é uma grande conquista. O Brasil já buscava o status há 60 anos”, afirma o diretor da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Ricardo Rezende. “Porém, em relação ao Paraná, acho que devemos analisar vários fatores. Estamos num momento de evolução no nosso setor e não seria o momento de arriscar antecipadamente”, observa.
Segundo ele, o Paraná hoje não é autossuficiente na pecuária bovina, sobretudo na produção de bezerros. “Se fecharmos as barreiras muito antes, a pecuária bovina paranaense vai sofrer um baque. Temos alertado os governantes e eles têm nos ouvido”, disse.
O plano nacional de erradicação da febre aftosa no País prevê o fechamento das fronteiras do Paraná com Mato Grosso do Sul e São Paulo, considerados área livre de febre aftosa com vacinação. “Esperamos que continue num diálogo bom e que o Paraná tenha a sensatez e estudar melhor seu pedido. Se isso ocorrer neste momento, podemos passar cinco anos sem poder receber um animal de corte”, declarou Rezende.
Para obter o status, informou Ricardo Rezende, são dois anos e meio a partir da solicitação, mas é preciso lembrar que haverá mais dois anos e meio para que os estados fornecedores de bovinos também solicitem via Mapa os seus status. “Esse período pode desestruturar a pecuária no Paraná”, afirma.