Café orgânico e shiitake não são companhias habituais à mesa, mas no Sistema Agroflorestal (SAF), o cultivo integrado com outras plantas, como o eucalipto, garante uma produção especial e de alto valor agregado.
Em uma área de mata nativa da Chácara Pacha Mama Agroecologia, no Condomínio Itaúna, Estrada do Limoeiro, em Ibiporã (PR), o agricultor Onaur Ruano cultiva mudas de café cereja sombreado e eucaliptos para produzir shiitake.
Engenheiro agrônomo, Ruano destaca que técnicas agroflorestais podem melhorar a produtividade do café sombreado. Ele cita como vantagens a proteção contra geada, fertilização natural e manutenção da umidade do solo por mais tempo. (assista vídeo ao final da reportagem)
O produtor espera colher as primeiras sacas de café produzidas na Pacha Mama em dois anos.
“Esperamos produzir uma bebida tipo gourmet. As primeiras colheitas serão para consumo próprio, mas acreditamos poder comercializar parte da produção. É um café orgânico especial de mata. Isso tem um valor agregado muito grande e dá uma qualidade fantástica para a bebida”, ressalta Ruano.
Além das árvores nativas, os pés de eucaliptos, que ainda estão bem novos, farão sombra à pequena lavoura de café e servirão de substrato para produção de shiitake, um cogumelo comestível nativo do leste da Ásia e que, atualmente, é o segundo mais consumido no mundo.
“Nos próximos dois ou três anos, quero estar produzindo o meu próprio eucalipto para cultivar shiitake. O terceiro produto integrado que teremos é o mel de abelhas jataí. Os insetos ajudam na polinização do café e, ao mesmo tempo, dão um mel de altíssima qualidade. Uma colônia leva um ano inteiro para produzir 1,5 quilo de mel. Além do valor agregado, tem valor medicinal. É um mel considerado dos mais puros porque a jataí não tem ferrão e mantém hábitos diferentes de outras espécies. Não busca fibras em qualquer lugar”, conclui.
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No vídeo, Ruano explica as vantagens do plantio de café no Sistema de Agrofloresta (SAF):