Futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, diz que supenderá importações de leite do Mercado Comum do Sul (Mercosul), uma das principais reivindicações do agronegócio brasileiro. Há alguns anos, o setor pleiteia a medida junto ao governo federal. A tarifa zero entre os membros do bloco econômico e a ausência de negociação de cota colocariam os produtores nacionais em situação de extrema desvantagem.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), que representa produtores de Minas Gerais, que corresponde a um terço da produção nacional e seria o estado que mais sentiria os impactos da importação, têm atuado nesse sentido.
Entre as argumentações para a suspensão, a Faemg destaca que a produção brasileira de leite cresceu nos últimos anos e a importação seria injustificada, criando um ambiente altamente desfavorável ao setor.
As diferenças no custo de produção, como encargos trabalhistas, questões tributárias, clima, meio ambiente, entre outros, geram para os vizinhos uma vantagem comparativa, com as quais, nem mesmos os produtores mais competitivos levam vantagem.
Ainda de acordo com a Faemg, quando foi criado o Mercado Comum Europeu, foram definidas cotas para os países membros para que não houvesse uma concorrência predatória entre os participantes. No Mercosul, o país signatário sofreria com a competição dos que não têm mercado.