A qualidade das sementes é um dos fatores que contribui para o aumento da produtividade e a redução dos custos de produção. Aliada ao manejo adequado das lavouras, a tecnologia de desenvolvimento de novo grãos, oferece opções de variedades para cada região produtora do País.
O Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) tem registrado em torno de 250 variedades de soja e o produtor deve levar em consideração alguns fatores na hora de escolher à cultivar adequada.
Para o engenheiro agrônomo e membro fundador do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), Décio Luiz Gazzoni, não existe uma “bala de prata”, mas a experiência demonstra que existem recomendações técnicas que devem ser seguidas à risca pelo produtor que almeja alta produtividade. “Todas as variedades são altamente produtivas, mas devem estar indicadas para a região”, afirma o agrônomo.
“Não adianta pegar a variedade mais produtiva e colocar num solo compactado. É necessário construir um perfil de solo bem corrigido, em profundidade e ainda investir na inoculação, adubação, calagem e controle de pragas. Enfim, é uma somatória de práticas de manejo associadas à variedade e ao clima complementa Gazzoni .
O pesquisador Carlos Lásaro Pereira de Melo, da Área de Melhoramento Genético da Embrapa Soja, acrescenta ainda que o produtor deve observar também se a cultivar encaixa no sistema de produção de inverno. “A dobradinha soja e milho, por exemplo, ocorre em quase todo Brasil, sendo assim, o produtor vai precisar buscar um material que permita plantar na abertura de plantio, entrar com materiais mais precoces para conseguir fazer duas culturas de grãos na mesma safra”, explica Carlos Lásaro
Em síntese, o produtor sempre busca alta produtividade associada a um bom custo-benefício para obter rentabilidade. Para Gazzoni, o produtor que quiser permanecer no negócio vai precisar, claramente, ter uma margem de lucratividade. “Não adianta produzir mais, se isso não vai aumentar sua rentabilidade”, complementa.
Nesse contexto, o planejamento do produtor é muito importante, principalmente com a escolha das cultivares. Segundo ele, os produtores estão investindo em variedades, no mínimo, tolerantes a doenças e à ferrugem, que são problemas que podem trazer gastos com fungicidas. Uma variedade tolerante a percevejo, por exemplo, vai diminui o custo do produtor com o controle dessas pragas.
As variedades mais recomendadas pela Embrapa Soja, segundo Carlos Lásaro, são as que têm ampla adaptação geográfica e estabilidade de produção; resistência à podridão radicular de fitóftora; resistência à nematóide; precocidade e ótima colocação no ranking de produtividade – acima de 90 sacas.
A combinação de um material que agrega tecnologia ao manejo integrado de pragas é outro fator que vai ajudar na redução do uso de agroquímicos, trazendo economia para o bolso do produtor.
ALTA PRODUTIVIDADE – Seguindo alguns preceitos de sustentabilidade e rentabilidade, os sojicultores que alcançam alta produtividade têm perfis semelhantes na busca por tecnologias. Eles demonstram que é possível aumentar a produtividade sem expandir a área ou gastar mais, fazendo um bom manejo de solo e escolhendo uma variedade adequada. Normalmente, são esses produtores que participam de concursos de alta produtividade.
De acordo com Carlos Lásaro, o produtor da segunda geração é ávido por tecnologias, é mais curioso e aposta numa boa assistência tecnica. “Ele começa a melhorar o sistema como um todo com mais tecnologia e sustentabilidade”, diz.
Para Décio Gazzoni, a nova geração de agricultores arrisca mais, experimenta mais, sempre buscando sustentabilidade, equilibrando o uso de insumos para ter rentabilidade. “É uma geração motivada por novas tecnologias”.
