O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) tem queda de 0,1% no segundo trimestre; segundo dados divulgados, na quarta-feira (1), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contrariando as expectativas do Ministério da Economia. A agropecuária contribuiu para esse desempenho negativo. O setor registrou retração de 2,8% em relação ao primeiro trimestre.
A escassez hídrica, que já assombra o país com o temor de um apagão energético, comprometeu importantes culturas, como a cana-de-açúcar, milho e café. Extremos de temperaturas baixas também influenciaram no resultado.
Apesar das evidências do agravamento da situação, o governo federal tem demostrado negacionismo em relação à crise hídrica. Enquanto isso, os números econômicos deterioram.
O PIB reflete a queda na produção de grãos, que tinha previsão inicial de até 274 milhões de toneladas, mas deve ficar em 254 milhões de toneladas, podendo cair ainda mais.
O Paraná é o segundo estado maior produtor de milho e teve a segunda safra revisada para baixo pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento. A estimativa é de que sejam produzidos 5,9 milhões de toneladas, queda de 186 mil toneladas em relação ao que se previa em julho.
A redução é consequência de duas geadas fortes e da incidência de pragas, sobretudo a cigarrinha, que provoca a doença conhecida como enfezamento.
O cenário negativo do PIB agropecuária mostra recuos nas estimativas de produção anual das culturas de café (-21,0%), algodão (-16,6%) e milho (-11,3%).
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo com bases multilaterais do qual o Brasil quer se tornar membro, países em que o ritmo de vacinação é maior, registraram recuperação econômica mais forte.
O que não é o caso do Brasil em que o governo demorou para expressar uma reação no sentido de implementar um plano de vacinação da população.
Os números do PIB apresentados pelo IBGE, preocupam setores da economia, como o empresarial, que diz que o país precisa acelerar a busca de soluções estruturais. Alguns já veem esse desempenho pífio como “custo Bolsonaro” na economia.