Os preços do trigo em grão estão firmes no mercado interno neste período de entressafra, apesar da desvalorização internacional. Em São Paulo, o preço do cereal no mercado disponível é o maior desde maio/2020, e nos demais estados, desde abril/2021. Já a liquidez está abaixo do esperado por alguns agentes, mas há sinais de recuperação nas transações dos derivados, como no caso do farelo de trigo. Ontem (17), o preço médio do trigo chegou a R$ 1.671,19/tonelada, segundo a Cepea.
Colaboradores do Cepea informam que a demanda por esse derivado aumentou, devido à seca no Sul do País – que prejudica a qualidade das pastagens – e à alta no preço do milho, substituto na ração. No mercado externo, os valores foram pressionados pelas informações divulgadas no último relatório do USDA, que indicaram aumento na projeção da produção mundial e menor volume exportado pelos Estados Unidos.
Milho
Em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, a saca de 60 kg do milho já vem sendo negociada acima de R$ 100, como é caso de Campos Novos (SC). No Rio Grande do Sul, estado em que a produção foi bastante prejudicada pela falta de chuva, a saca é comercializada próxima de R$ 100.
De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem limitando o volume ofertado em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Assim, compradores têm voltado ao spot, na tentativa de recompor os estoques, mas têm tido dificuldade para realizar novas aquisições. Estimativas sobre a produção brasileira foram divulgadas na semana passada e confirmaram as perdas da safra verão brasileira na temporada 2021/22.
Soja
As atenções de agentes do setor de soja estão voltadas ao desenvolvimento das lavouras e à colheita no Brasil, iniciada de forma ainda lenta no Paraná e em Mato Grosso. Segundo pesquisadores do Cepea, a expectativa é de que os trabalhos de campo se intensifiquem entre o final de janeiro e o começo de fevereiro.
As áreas de cultivo precoce têm registrado baixa produtividade, diante das chuvas tardias, gerando preocupações quanto à oferta da safra 2021/22. O cenário mais preocupante é verificado no Sul do País. No Paraná, apenas 2% da área semeada havia sido colhida até o final da semana passada, mas as condições das lavouras estão cada dia piores. Por outro lado, produtores do Sudeste e de parte do Centro-Oeste do Brasil ainda estão otimistas quanto à safra de soja e esperam por produção volumosa nestas regiões.
Fonte: Cepea