Uma parceria envolvendo investimentos de R$ 2,4 milhões para o desenvolvimento de produtos inovadores e com foco no controle biológico de pragas foi anunciada ontem (18) entre a Santa Clara Agrociência, empresa líder em inovação tecnológica na área de nutrição vegetal, Embrapa, Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial e o Sebrae. O anúncio foi feito pelo CEO da Santa Clara, João Pedro Cury, durante a 4ª Conferência Internacional, que a empresa está promovendo nesta semana, em Ribeirão Preto (SP). Além das entidades, a parceria contou ainda com o apoio da Fundação Arthur Bernardes (Funarb), vinculada à Universidade de Viçosa (MG), e consultoria da Demetra Consultoria.
O objetivo da parceria, que tem duração de três anos, é para desenvolver novas gerações de nematicidas biológicos à base de extratos de plantas, além de microrganismos. “O projeto é identificar ativos de plantas que, após um longo processo de análises e pesquisas desenvolvidas em conjunto pela empresa e os institutos de pesquisas, resultem em produtos de comprovada eficiência para os produtores agrícolas”, informou João Pedro Cury, diretor-executivo da Santa Clara.
A parceria garantirá para a Santa Clara o selo de referência da Embrapa, que comprova os resultados dos testes e representa importante apoio na comercialização dos futuros produtos. Os vários experimentos necessários ao desenvolvimento serão feitos em campo e em laboratórios.
Para o pesquisador da Embrapa, Clenilson Rodrigues, responsável pelo projeto resultante da parceria, a iniciativa está inserida dentro do novo conceito de inovação aberta, que privilegia compartilhamento de conhecimento. “A parceria está sintonizada com a filosofia da Embrapa de fomentar o desenvolvimento tecnológico da sociedade, de maneira a entregar produtos de biotecnologia e de química verde para o mercado agrícola brasileiro”, comentou.
De acordo com Cury, a intenção da Santa Clara com a parceria é fortalecer sua atuação no segmento de controle biológico de pragas e doenças da agricultura brasileira, uma área que vem tendo expressivo crescimento nos últimos anos. “As projeções dos analistas indicam que o consumo de defensivos biológicos no Brasil tem crescido a uma média anual de 15% ao ano, superior ao crescimento mundial, que tem se mantido na casa dos 10%. E as estimativas futuras indicam que até 2027, nada menos que 30% do mercado nacional de defensivos agrícolas serão compostos de produtos biológicos. Queremos estar bem posicionados nesse segmento”, completou o principal executivo da Santa Clara.
Investimentos em pesquisa
O estabelecimento da parceria também consolida a vocação de empresa inovadora e focada no desenvolvimento científico da Santa Clara, que tem destinado nada menos que uma média de 5,3% de sua receita anual bruta ao investimento em pesquisa e desenvolvimento. “O resultado mais recente dessa nossa estratégia de intensa dedicação à pesquisa é o recente registro que fizemos no Ministério da Agricultura da primeira isca formicida orgânica para formigas, um produto inédito no mundo e patenteado por nós”, explica Cury.
O executivo salienta ainda que, nessa mesma linha, a empresa possui cinco outras patentes, além de 12 que estão em processo de análise pelos órgãos certificadores. Outro indicador de constante preocupação com inovação e aprimoramento científico da Santa Clara é que oito dos dez diretores da companhia possuem, pelo menos, mestrado em alguma área do conhecimento agrícola. “Vários deles, além do mestrado, também são doutores”, conclui o Cury.
A Conferência continua nesta quarta-feira (20) com novas palestras de acadêmicos e também gestores da Santa Clara. Ao final do evento, marcado para às 13h, todos os 350 participantes farão uma visita à nova unidade que a empresa inaugura oficialmente em Jaboticabal (SP).