A assinatura para regulamentar o processo de implantação da política de inovação no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), apresentação de uma cultivar de trigo e de um manual para o cultivo de seringueira e inauguração de obras, marcaram as comemorações dos 46 anos da instituição na manha desta sexta-feira. Entre as autoridades presentes, os secretários estaduais George Hiraiwa (Agricultura e Abastecimento) e Décio Sperandio (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior).
A implantação da Política de Inovação do IAPAR, que incorpora dispositivos da legislação federal e estadual para dar mais flexibilidade à realização de parcerias com o setor privado, é um importante passo para a instituição, pois a política vai permitir que pesquisadores tenham participação nos resultados de suas criações, mais facilidade nas parcerias com a iniciativa privada, incentivo ao empreendedorismo e ao surgimento de startups. “Estes são apenas alguns dos mecanismos agora facilitados que destacam a importância desse passo para a instituição”, explica Tadeu Felismino, diretor de inovação e transferência de tecnologias do IAPAR.
Hiraiwa acredita que a implantação das políticas de inovação vai ajudar às instituições de pesquisa a inovar e buscar receitas. “Vai facilitar que o processo de inovação aconteça com mais rapidez”, disse.
Para o presidente do Iapar, Florindo Dalberto, a implantação da política de inovação vai dar uma realavancada na instituição. “Não podemos pensar na instituição como uma instituição burocrática. “Um instituição para o futuro é aquela que inova na sua gestão e busca formas de angariar o seus recursos de uma maneira criativa e participativa”
CULTIVAR
A nova cultivar de trigo IPR Potyporã – que significa “planta bonita”, em tupi-guarani – alia alto desempenho no campo com excelente qualidade industrial para a fabricação de pães. Foi desenvolvida em parceria entre o Iapar e Fundação Meridional, entidade privada que reúne empresas de sementes de vários estados brasileiros e que busca na pesquisa pública alternativas aos monopólios tecnológicos das grandes multinacionais. O lançamento da nova cultivar será em agosto durante dia de campo e as sementes estarão à disposição do setor produtivo já para a próxima safra do cereal.
LIVRO
O livro Cultivo de Seringueira no Paraná, lançado durante às comemorações, reúne quase 30 anos de pesquisas sobre o cultivo da seringueira, que o Iapar a estudar no final da década de 80. O compêndio traz procedimentos técnicos em todas as etapas de cultivo – da seleção de áreas apropriadas ao plantio de seringais, formação de mudas e implantação do seringal até a extração do látex. De autoria dos pesquisadores Jomar da Paes Pereira e Alex Carneiro Leal e do engenheiro florestal André Luiz Medeiros Ramos, a obra custa R$ 50 e pode ser adquirida na sede do Iapar ou pela internet.
De acordo com o pesquisador Jomar da Paes Pereira, os estudos apontam para o elevado potencial da atividade no Estado, seja do ponto de vista agronômico, econômico, social ou ambiental. “Há extensas áreas favoráveis ao cultivo, e seringueira pode ser uma opção para pequenos e grandes produtores, em plantios puros ou em sistemas agroflorestais”, disse.
OBRAS
os secretários estaduais George Hiraiwa e Décio Sperandio participaram também da inauguração do novo laboratório de solos e da unidade de beneficiamento de sementes. As obras consolidam um investimento de R$ 3,42 milhões, recursos que vieram do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) do governo federal e do próprio IAPAR, como contrapartida, explica o diretor de administração e finanças, Altair Sebastião Dorigo.
VIGILANTES DO AMANHÃ – Também houve na solenidade o anúncio dos estudantes que venceram o projeto “Vigilantes do Amanhã”, um concurso de fotos legendadas sobre a importância da preservação do solo e os perigos da erosão urbana e rural que mobilizou 12 turmas de 7º ano de escolas estaduais da região nos meses de maio e junho. Uma parceria do IAPAR com o Núcleo Regional de Educação de Londrina e página “Folha Cidadania”.