segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Agronegócio

PIB agropecuário deve encerrar 2018 com queda de 1%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) está prevendo uma queda de 1% para o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário em 2018, apesar do avanço de 2,6% entre os meses de maio e junho. Esse crescimento não foi suficiente para evitar a retração no segundo trimestre deste ano, que ficou em 1,9%.

É o que mostra o Indicador Ipea de PIB Agropecuário, que compõe a seção Economia Agrícola da Carta de Conjuntura nº 40, divulgada nesta terça-feira (7).

O destaque positivo ficou por conta da lavoura, com alta de 2,2%, enquanto a pecuária avançou 1,9% ante o mês de maio.

Na comparação com o mesmo período de 2017, o segundo trimestre fechou em queda de 2,9%, explicada pelo comportamento dos componentes lavoura e pecuária, que recuaram 2,0% e 4,7%, respectivamente.

“Esse desempenho já era esperado desde o início de ano, por conta de uma supersafra em 2017, que foi excepcional. Então, partimos de uma base de comparação alta”, explica o diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Marco Cavalcanti. Para os próximos meses, espera-se uma contribuição positiva da pecuária para o PIB.

No entanto, para o ano de 2018, o PIB Agropecuário deve apresentar uma queda de 1%, de acordo com revisão da projeção feita pelo Ipea, com base nas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o resultado da lavoura no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Esse resultado é explicado pelas quedas na lavoura (0,6%) e na pecuária (2,5%), enquanto o segmento “outros” deverá registar aumento de 0,7%.

A tendência dos preços agropecuários no segundo trimestre foi de continuidade e acentuação do movimento de alta devido à elevação das demandas externa e interna, adicionalmente à desvalorização do real frente ao dólar e à oferta relativamente mais restrita. A greve dos caminhoneiros impactou o setor, com efeito sobre o abastecimento e gerando uma demanda represada nos dias subsequentes.

“O setor ainda está passando por um processo de estabilização em relação à mudança nos fretes. Essas alterações têm um impacto diferente a depender do porte do produtor e da distância da produção para os centros de distribuição”, pontua Ana Cecília Kreter, uma das autoras do estudo.

A soja, que está em fase de comercialização, apesar de apresentar recuperação nos preços – crescimento de 13,2% no trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado –, não atingiu o volume negociado de 2017.

As exportações registraram um aumento de 2,4% na comparação com o segundo trimestre de 2017.

“O elevado preço do dólar acaba contribuindo para aumentar a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. O produto brasileiro entra com um valor mais baixo comparado com outros países”, explica Kreter.

Um destaque positivo foi o aumento de 61,9% nas exportações do milho em grãos frente a 2017, que ocorreu pela base de comparação baixa do último ano.

A pesquisadora explica que, em 2016, o Brasil exportou bastante milho, com uma queda considerável em 2017. Já os destaques negativos ficam com o açúcar de cana bruto, com retração de 21,9%, e a carne de frango, com recuo de 10,7%. Em relação ao frango, Kreter lembra que “a continuidade do embargo pela Europa e a queda de vendas para Arábia Saudita, Japão e Kuwait explicam esse desempenho negativo”.

 

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