“A safra está espetacular”, a afirmação é do pesquisador da Embrapa, Amélio Dall’Agnol, quando questionado em relação à temporada de chuva dos últimos dias e o plantio de soja em Londrina e região. As pancadas de chuva acompanhadas de ventos aconteceram nas últimas semanas, no entanto, não prejudicaram a safra 2018/19.
Até o momento foi registrado o plantio de 69% dos 307 milhões de hectares previstos para esta safra. Além disso, 70% está em desenvolvimento vegetativo e germinação.
“De forma geral as chuvas resultaram em atraso no plantio. Devido à umidade do solo não é possível fazer as adequações com o uso de maquinários”, afirma Pedro Guglielmi Junior, geógrafo do Departamento de Economia Rural (Deral), da regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Ele complementa que a expectativa para a colheita é boa. “Nós sempre esperamos por ótimos resultados para a colheita, mas temos que aguardar”, afirma.
Na região de Londrina, o plantio se concentra no mês outubro em diante, após a colheita do trigo. Porém, neste ano em especial, a safra teve início no final do mês de setembro com 1% plantado.
Brasil
A consultoria AgRural manteve inalteradas suas previsões recordes para a safra de soja 2018/19 do Brasil, com produção de cerca de 120,3 milhões de toneladas e área de 35,8 milhões de hectares, enquanto relatou forte avanço no plantio da oleaginosa no país.
Com o tempo colaborando e um crescimento de quase 2% no plantio, a safra superaria em 1 milhão de toneladas a histórica temporada anterior, estima a AgRural, que considera uma tendência de produtividade média dos últimos anos na projeção.
A rapidez nos trabalhos, que estão no ritmo mais acelerado da história, é puxada pelo Centro-Oeste e pode fazer com que o Brasil, o maior exportador global da oleaginosa, tenha produto da nova safra já disponível ao final deste ano, caso a colheita também seja antecipada.
Mato Grosso já plantou 77% da área, frente 43% há um ano e 40% na média dos últimos ciclos. “No médio-norte e no oeste (de Mato Grosso), algumas áreas que estavam precisando de umidade receberam chuvas muito bem-vindas nos últimos dias”, aponta relatório da consultoria.
De acordo com o levantamento, o plantio também avançou bem em Goiás e Mato Grosso do Sul, que chegaram juntos à marca de 62%, ante médias de cinco anos de 20% e 40%, respectivamente.
Em Goiás, chuvas intercaladas por períodos de sol têm favorecido a semeadura e o desenvolvimento inicial das lavouras.
Já no Mato Grosso do Sul, os produtores aproveitaram o tempo mais firme no início da semana para acelerar o plantio –que foi feito noite adentro em algumas regiões, para cobrir a maior área possível antes da volta das chuvas previstas pelos mapas meteorológicos.
A consultoria AgRural, notou ainda avanço de plantio em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia, Pará e nos Estados da fronteira agrícola Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Estimativa divulgada pela Conab é de 1 milhão de hectares a mais comparado a safra anterior.
No entanto, segundo o pesquisador da Embrapa, Amélio Dall’Agnol, a colheita deve ser igual ou inferior ao que foi de 3.400 kg por hectare.