Para tentar diminuir a repercussão internacional negativa das queimadas na Floresta Amazônica e no Pantanal, e o comprometimento da ratificação comercial entre União Europeia e Mercosul, que está sob risco por causa da política ambiental Bolsonaro, a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), busca apoio de Portugal para a aprovação do acordo.
A imagem do Brasil internacionalmente está bastante comprometida por causa da falta de iniciativa do governo federal para combater os incêndios que tomam conta da Floresta Amazônica e do Pantanal.
Tereza Cristina se encontrou com a ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, que disse ontem (12), que o país apoia o Acordo Mercosul-União Europeia.
“Continuamos empenhados para que, rapidamente, este acordo possa ser posto em prática”, afirmou a ministra portuguesa.
Apesar do empenho português pela viabilidade do acordo para melhorar os negócios entre os países do bloco, com maior previsibilidade e transparência de regras, Maria do Céu, destacou a importância da proteção ambiental.
“O acordo permitirá ainda, e para nós isso é muito importante, um compromisso de todas as partes com os objetivos de desenvolvimento sustentável a proteção do meio ambiente e da biodiversidade e no respeito pelos direitos laborais e sociais”, disse Maria do Céu.
A ministra brasileira também defendeu a aprovação do acordo Mercosul-União Europeia. Ela citou os ganhos para os dois blocos, como melhores condições econômicas, qualidade de vida para os cidadãos, geração de emprego e renda, fortalecimento da preservação ambiental e redução das emissões de gases de efeito estufa. “É preciso dizer que o acordo não representa qualquer ameaça ao meio ambiente, à saúde humana e aos direitos sociais. Ao contrário, reforça compromissos multilaterais e agrega as melhores práticas na matéria”, disse.
Tereza Cristina seguiu a tese de que há interesses para que o acordo não seja fechado, como outros integrantes do governo brasileiro “Esperamos, portanto, que as vozes mal-intencionadas que atacam o acordo não prevaleçam sobre nosso interesse mútuo de promoção do desenvolvimento sustentável. Contamos com o apoio do povo português para que nosso acordo entre em vigor no menor prazo possível”.
O apoio de Portugal à rápida aprovação do acordo entre os dois blocos também foi ressaltado pelo secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias. “Portugal sempre se destacou na defesa deste acordo, porque acreditamos na ideia de que o comércio internacional é positivo, é bom, constrói pontes, é um indutor de criação de riqueza e que, como diria o nosso poeta Fernando Pessoa, quem quer a paz, faz o comércio”, disse Dias.
O secretário português disse que o Acordo Mercosul União Europeia é um dos mais desenvolvidos e com um capítulo mais robusto no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. “Por isso, não é apenas um acordo de interesse entre as duas partes. Os avanços conseguidos neste capítulo são importantes e devem ser valorizados muito positivamente no quadro do acordo que foi possível”.
Fonte: Mapa