segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Agricultura Familiar

Agroindústria vai aumentar comercialização da produção do Assentamento Eli Vive

Produção de milho Eli Vive
Tags: agricultura familiar, Cooperativismo, milho, MST

A inauguração de uma agroindústria com a expectativa de atingir uma produção diária de 20 mil toneladas de alimentos processados à base de milho não transgênico e orgânico vai aumentar a capacidade de comercialização da produção dos agricultores familiares do Assentamento Eli Vive, do Movimento Sem-Terra (MST), em Lerroville, Distrito de Londrina.

Quinhentas e uma famílias vivem no assentamento. Trezentos e quarenta e seis produtores são associados à cooperativa agroindustrial de produção e comercialização conquista (Copacon).

A cooperativa vende parte da produção para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), enriquecendo com alimentos frescos a merenda dos alunos das escolas municipais e estaduais. O restante é vendido nas feiras de orgânicos e cerealistas da região.

Soja, milho, café e olerícolas são alguns produtos cultivados pelos agricultores. A produção leiteira também é significativa. São 8 mil litros de leite produzidos a cada dois dias.

Na última safra, o Eli Vive produziu 12 mil sacas de milho não transgênico. A perspectiva é triplicar essa produção em uma década, alcançando 40 mil sacas do produto.

“A expectativa é de que em 10 anos, a agroindústria esteja produzindo 2,5 milhões de quilos de alimentos derivados de milho livres de transgênicos. Parte dessa produção, cerca de 500 mil quilos, será de produto orgânico”, afirma o presidente da Copacon, Fábio Herdt.

A agroindústria conta com financiamentos estaduais do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná) e o Mais Renda no Campo.

Sandra Aparecida Costa Ferrer é presidente da Associação das Mulheres Camponesas do Eli vive (Amcev). Ela produz café agroecológico e milho não transgênico.

Sandra lembra que está ficando para trás os dias mais difíceis. A agricultora viveu embaixo de lona por cinco anos e hoje, depois de oito anos assentada, comemora mais essa vitória da luta pela terra.

Além de esperar que a agroindústria aumente a capacidade de comercialização dos agricultores, ela acredita que será uma oportunidade de inserção no trabalho dos jovens do assentamento.

“Estamos com uma grande expectativa em cima dessa agroindústria. Está surgindo mais uma ferramenta no Eli Vive, por meio da nossa cooperativa,  que vai nos proporcionar condições melhores para a gente comercializar os nossos produtos. Com isso, vai aumentar a produção de milho, teremos mais assentados produzindo o grão. Além de proporcionar mais qualidade para os nossos produtos, expandir a agroecologia, a agroindústria também proporcionará trabalho para os nossos jovens”, acredita Sandra.

Pandemia

O presidente da Copacon, Fábio Herdt conta que pandemia do coronavírus afetou a comercialização de alguns produtos produzidos no Eli Vive, como tubérculos e hortaliças.

“Houve uma grande diminuição nas compras nas feiras e muita coisa está sobrando na roça. O feijão, a gente vendia muito para os mercados, mas a pandemia provocou uma situação em que as compras diminuíram. Sobra para o produtor, que não tem para quem vender e acaba perdendo uma parte da produção”, conclui Herdt.

*Colaboração da estagiária Karina Oliveira da Silva, estudante do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual  de Londrina (UEL)

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