O Paraná encerra hoje a última campanha de vacinação contra febre aftosa e anuncia que a partir de setembro o Ministério da Agricultura (Mapa) deve publicar um ato normativo que mudará o status do Estado para Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. A previsão é que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconhecerá a condição do Paraná em 2021.
Para o diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná, Ricardo Rezende, basta saber se o Paraná conseguirá cumprir todas as exigências do Mapa para fechar as divisas do Estado até setembro. “Existem outros quesitos além da sorologia, como a contratação de funcionários, treinamentos, análises do trânsito de animais. Ainda não sabemos qual é a estrutura o Estado para fazer esta mudança”, disse Rezende.
A SRP é contrária à paralisação da vacinação de forma isolada, o que implicaria em prejuízo econômico a toda cadeia produtiva. “Isto significa que não poderá entrar animais de outros estados no Paraná, que vai ter que contar com o rebanho que tem de bezerros e garrotes. O Estado não é autossuficiente em produção de carne”, alerta Rezende, acrescentando que o bezerro vai encarecer e poderá inviabilizar a atividade.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o Paraná tem condições técnicas, econômicas e políticas de evoluir, e tem mostrando capacidade de ação e estrutura para suspender a vacinação.
Durante o ciclo de fóruns regionais “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação”, o gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, e o diretor-executivo da Frimesa, Elias José Zydek, apresentaram informações técnicas e econômicas, que justificam a suspensão da vacina. A expectativa, dizem, é de fortalecimento das ferramentas de defesa agropecuária e abertura de mercados para o Paraná.
Entretanto, Ricardo Rezende, observa que a pecuária está passando por grandes dificuldades no país. “A atividade está bem espremida, não adianta querer abrir grandes mercados porque para o produtor isso não vai refletir em nada. Pelo menos 80% da carne brasileira é consumida no país.
VACINAÇÃO – No Paraná, a campanha de vacinação se encerra hoje e os pecuaristas têm prazo até dia 15 de junho para comunicar a vacinação.
