segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Agronegócio

Covid-19 causa alta nos preços agropecuários

Ao longo do primeiro semestre de 2020, a pandemia de covid-19 teve, em geral, um efeito altista nos preços agropecuários brasileiros, movimento esse que fugiu do esperado para esse período. Com isso, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) subiu 14,24% de janeiro a junho de 2020 frente ao mesmo semestre de 2019, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Segundo pesquisadores do Cepea, os efeitos da pandemia sobre os mercados ocorreram por meio de altas pontuais significativas na demanda interna, relacionadas às incertezas logísticas e de abastecimento, que elevaram os preços de importantes cadeias. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar favoreceu as exportações, que estiveram em ritmo bastante aquecido no primeiro semestre, especialmente no caso de soja, algodão e carnes (veja mais aqui). Vale destacar, também, que a covid-19 apresentou pressões de baixa sobre as cotações de alguns produtos, dada a dificuldade de escoamento da produção e o enfraquecimento da demanda.

Na comparação dos valores médios do primeiro semestre de 2020 e o mesmo período de 2019, verifica-se que o IPPA/Cepea foi influenciado pelas altas reais de 19,45% no IPPA-Grãos/Cepea, de 12,75% no IPPA-Pecuária/Cepea e de 8,83% no IPPA-Café+Cana/Cepea. Já o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou queda real de 3,70%.

Conforme modelo do Cepea, o aumento do IPPA/Cepea não era esperado, considerando-se os movimentos de sazonalidade e cíclico e mesmo os efeitos já conhecidos da Peste Suína Africana (PSA) sobre os preços, sendo devido a choques não antecipados. Esses choques, por sua vez, estiveram relacionados sobretudo às dinâmicas para o IPPA-Grãos/Cepea, especialmente da soja, e do IPPA-Pecuária/Cepea, atrelado ao comportamento da arroba bovina.

Para a soja, o movimento de sazonalidade levaria a uma redução dos preços ao longo do primeiro quadrimestre do ano, com o avanço da colheita. Assim, a alta não esperada foi reflexo da significativa desvalorização do real frente ao dólar, da demanda externa aquecida e da menor relação estoque/consumo mundial e brasileiro. Para o boi gordo, os preços se mantiveram no limite dos intervalos de confiança do valor esperado, ainda que próximos do limite superior. Apesar de todo o cenário incerto diante da pandemia, as cotações foram impulsionadas pela baixa oferta e pelo ritmo intenso dos embarques brasileiros de carne bovina.

Fonte: Cepea

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