segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Agronegócio

Economia criativa na agropecuária exige formação


A ideia de que a economia criativa é apoiada por três pilares – imaginação, criatividade e inovação – é fortalecida na agropecuária com uma quarta coluna de sustentação: a gestão do negócio. Para um bom gerenciamento da propriedade rural, o agricultor pode investir em formação e capacitação. Uma moeda em alta no mercado, que os Sindicatos Rurais e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) apostam para aumentar os rendimentos do produtor rural. O SENAR tem mais de 250 cursos gratuitos.

As atividades formativas contemplam toda a cadeia produtiva da soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, silvicultura, bovinocultura de corte e de leite, suinocultura e o programa HortiMais para desenvolvimento da horticultura.

O supervisor regional do SENAR, em Londrina, Umberto Valentini Neto, ressalta a importância desse capital de informação para a economia criativa no campo. “Muitas vezes, a gente pensa a economia criativa somente como uma ideia que se tem para ganhar dinheiro ou conseguir fazer economizar em alguns processos, mas também pode ser vista como uma boa condução e um gerenciamento sistêmico da propriedade”, explica.

 

 

Segundo Valentini, o produtor passa a ter conhecimento da parte administrativa, da condução da lavoura e como diminuir os custos na hora de fazer a manutenção correta e periódica dos equipamentos. “Ao fazer uma boa regulagem da colhedora o agricultor deixa de jogar fora o produto em que ficou cinco meses trabalhando, do plantio à safra”, enfatiza.

Ele acrescenta que essa maneira de encarar a economia criativa pode ser melhor entendida nos resultados conseguidos no curso de Manejo Integrado de Pragas (MIP). “Nós tivemos 42 turmas do curso no Paraná. Nessas turmas, constatamos uma média de 1,9 de aplicação de inseticidas durante a safra de soja. Nas áreas não monitoradas o índice foi de 4,5 de aplicação. Tivemos um caso, em Alvorada do Sul, que entrou com inseticida, 100 dias depois da plantação germinada. A média gira em torno de 45 dias para a primeira aplicação”, exemplifica Valentini.

Segundo ele, a formação e capacitação, como ferramentas da economia criativa, não só minimizam os gastos com defensivos, como evitam a exposição do homem aos produtos que podem causar contaminação.

A economia criativa incentiva a geração de ideias, que simplificam e aumentam as chances de lidar com problemas do cotidiano. Acerca do agronegócio, Valentini relaciona vários cursos que o produtor pode fazer para turbinar essas chances, como os oferecidos para a cadeia da soja.

São cursos que contemplam toda a cadeia, como o de solo em que se estuda a fertilidade e nutrição. O produtor consegue enxergar o que é um solo degradado. Quais as medidas que pode tomar para que não tenha degradação”, explica.

Ainda dentro da cadeia da soja, o SENAR oferece curso de operação e manutenção de tratores e colhedoras. “Com uma boa manutenção desses equipamentos, o agricultor deixa de gastar e prolonga a vida das suas máquinas. Outro curso importante é o de aplicação de agrotóxicos, que é obrigatório. As aulas ensinam todas as normas de aplicação de defensivos, uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), descarte e lavagem de embalagens, tipos de pulverizadores, leitura de bula, entre outras”, cita Valentini, acrescentando que o curso de Classificação de Grãos, bastante procurado pelos produtores, capacita o participante a verificar a quantidade de impurezas dos grãos, seguindo metodologia utilizada pelos compradores.

 

Para produtores, cursos geram renda e valor à propriedade

O pecuarista e veterinário Walter Caldeira, tem uma propriedade em São Jerônimo da Serra, onde trabalha com a produção de bezerros. O criador buscou um curso de drones oferecido pela FAEP/SENAR porque considera que o agronegócio está passando por uma transformação grande e que é preciso investir em formação e conhecimento de novas tecnologias para aumentar a produtividade e reduzir custos de produção, objetivo principal da economia criativa.

“Houve um crescimento grande da produção de grãos no Brasil. A pecuária está sendo empurrada para regiões com declividade maior e terrenos com mais pedras. O pecuarista precisa de tecnologias para fazer uma avaliação correta de uma área, inclusive para fazer o controle de rebanho, contagem do gado”, avalia Caldeira, destacando a importância do curso para manter a competitividade.

O produtor rural interessado nos cursos deve entrar em contato com o Sindicato Rural Patronal da sua região. Não é necessário ser associado.

Presidente do SRPL destaca interesse em inovação

O objetivo principal da economia criativa é fazer com que as pessoas entendam que este conceito faz parte de uma economia que pode gerar valor e renda nos negócios com o uso da criatividade. O presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina, Narciso Pissinati, destaca que os produtores rurais, da região londrinense, demonstram muito interesse pelos cursos do SENAR e SRPL.

O Paraná é um estado com grande diversificação de culturas e também é líder na produção agrícola, isso exige do produtor a formação constante. Todas as culturas agrícolas cultivadas no estado precisam que o produtor se capacite profissionalmente, principalmente se quiser ter uma boa gestão do seu negócio”, considera o presidente sindical.

Pissinati acrescenta que pensar em economia criativa é se ajustar a ideia de que a redução dos custos de produção e o aumento da produtividade, são uma dimensão maior do negócio.“O conceito de economia criativa significa, que o produtor precisa aprender fazer a mesma coisa de forma inovadora. Vamos supor que tenha uma criação de abelha e está numa região, que não fez análise da viabilidade para criar abelha e produzir mel. Nem todo lugar é possível. Os cursos são importantes para isso, dando informações maiores sobre como atingir mais produtividade. O produtor não deve pensar só em produzir, mas tem que saber vender, por exemplo. Isso tudo faz parte do negócio”, exemplifica Pissinati.

O produtor rural interessado nos cursos deve entrar em contato com o Sindicato Rural Patronal da sua região. Não é necessário ser associado. Fone: 43- 3374-0300

 

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
11/09/2024

Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

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