domingo, 15 de setembro de 2024

Agronegócio

Ministério da Agricultura estabelece calendários de semeadura de soja para safra 22/23

Tags: calendário, MAPA, plantio, semeadura

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta terça-feira (28), no Diário Oficial da União, a Portaria nº 607 que estabelece os calendários de semeadura de soja referente à safra 2022/2023, para serem seguidos por 21 unidades da Federação.

Em relação aos períodos dos calendários estabelecidos na safra anterior, as alterações para essa nova safra levaram em consideração a análise dos dados relativos ao acompanhamento da safra de soja, realizado semanalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que evidenciam o reduzido percentual da área cultivada de soja semeada nas últimas semanas dos calendários estipulados e, consequentemente, o impacto destes cultivos tardios na resistência da praga à fungicidas.

As medidas fitossanitárias adotadas pelo Mapa atendem as sugestões de calendários enviadas pelos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal, conferindo maior autonomia para a gestão do programa no nível estadual.

O calendário de semeadura é uma medida fitossanitária, implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), que visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi às moléculas químicas utilizadas no controle desta praga.

A Ferrugem Asiática é considerada uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.

Novo software avalia fertilidade e equilibra adubação em sistemas de produção de soja

Um software, desenvolvido pela Embrapa Soja, possibilita ao agricultor racionalizar o uso de fertilizantes nos sistemas de produção de soja, garantindo aumento de produtividade aliado à redução de custos. A nova plataforma on-line, denominada AFERE – Avaliação da Fertilidade do Solo e Recomendação da Adubação, planeja o manejo de adubação das áreas agrícolas ajustado com as necessidades de reposição de nutrientes, considerando o histórico de produção da área avaliada e o balanço de entradas e saídas de nutrientes.

De acordo com o pesquisador Adilson de Oliveira Jr., da Embrapa Soja, à medida que a produtividade das culturas aumenta, torna-se necessário ajustar a adubação de reposição, evitando balanços nutricionais negativos, por meio de exportação de nutrientes sem a correspondente reposição. O software foi desenvolvido com foco em produtores rurais, empresas do mercado de consultoria, planejamento e assistência técnica.

Esse primeiro módulo da plataforma AFERE irá realizar o cálculo do balanço da adubação e gerar relatórios de reposição dos nutrientes em sistemas de produção de soja. “Estamos disponibilizando um sistema gratuito com funcionalidades que possibilitam armazenar os dados do usuário, gerar históricos de adubação, de produtividade e dos balanços nutricionais ao longo do tempo”, destaca. “Nossa proposta com essa ferramenta é incrementar os processos de recomendação de adubação, mapeando constantemente as áreas produtivas para evitar balanços nutricionais negativos que reduzem a produtividade, além de maximizar o uso dos nutrientes disponíveis no solo para minimizar os custos de produção”, acrescenta Oliveira Jr.

Um dos impactos esperados com o lançamento da tecnologia é racionalizar o uso de fertilizantes, que representam o principal custo de implantação de uma lavoura de soja. No último ano, o valor da tonelada desses produtos teve um incremento de 162%, saltando, em média, de R$ 2.133,00, em fevereiro de 2021, para R$ 5.600,00, em fevereiro de 2022, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná. O Brasil importa a maior parte dos fertilizantes usados na agropecuária nacional, em especial o potássio, o nitrogênio e o fósforo. Reduzir esta dependência é estratégico para o País, tanto que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado pelo Governo Federal em março, tem como meta diminuir a importação de fertilizantes, em 2050, de 85% para 45%.

Dados 

Para a construção dos padrões de exportação de nutrientes do AFERE, os pesquisadores da Embrapa Soja utilizaram bases de dados geradas em experimentos de longa duração e representativos de diferentes áreas agrícolas brasileiras, além de informações obtidas por meio das parcerias técnicas com outras instituições de pesquisa. “Queremos, cada vez mais, fortalecer as parcerias para continuar incrementando as bases de dados com padrões atualizados de exportação para as cultivares mais representativas das principais regiões produtoras de soja, assim como para as culturas que integram o sistema de produção, como milho, trigo, algodão e feijão, entre outras”, afirma o pesquisador César de Castro, da Embrapa Soja.

De acordo com Oliveira Jr., o AFERE possibilitará que os cálculos sejam realizados automaticamente, a partir de informações previamente cadastradas sobre a adubação realizada e a produtividade obtida, de forma customizada pelos usuários. Os dados introduzidos ficarão armazenados em um banco, permitindo a estruturação dos históricos de adubação das áreas de produção cadastradas, de produtividade das culturas agrícolas e dos balanços nutricionais. “Cada usuário terá acesso aos respectivos parâmetros de interpretação, atualizados com dados da pesquisa, e poderão gerar suas próprias bases de dados de diagnose nutricional e exportação de nutrientes”, ressalta o pesquisador.

Além de focar na cultura da soja, o sistema permite que os cálculos de exportação de nutrientes sejam realizados para outras culturas, como milho, feijão, algodão e trigo, que já contam com parâmetros implantados e disponíveis. “Vale lembrar: quando se faz a rotação ou sucessão de culturas, não se planeja a adubação pensando apenas na soja, mas sim considerando as culturas que compõem o sistema de produção. Enquanto a soja exporta grande quantidade de potássio, por exemplo, o trigo e o milho necessitam de quantidades bem menores desse nutriente”, explica. “A adubação do sistema deve buscar um balanço equilibrado entre as diferentes culturas”, complementa.

Adicionalmente, os parâmetros de exportação de cada cultura poderão ser definidos, também, por cultivar/híbrido e por safra, possibilitando que as bases de dados de exportação sejam frequentemente atualizadas.

Próximos Módulos

O segundo módulo da plataforma AFERE possibilitará a interpretação da análise foliar da soja a partir de novos padrões nutricionais, condizentes com os patamares de produtividade, utilizando ferramentas de avaliação do estado nutricional como o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) e a Diagnose da Composição Nutricional (CND).

Segundo o pesquisador Fábio Álvares de Oliveira, novos padrões para interpretação nutricional da cultura da soja são necessários para otimizar a recomendação de adubação e, com isso, incrementar a produtividade. Outra questão importante é a possibilidade de regionalização da interpretação, em função das características de cada ambiente de produção.

O módulo 3 irá indicar a necessidade de correção da acidez e a recomendação de adubação (nutrientes/fertilizantes), por meio da interpretação do cadastro dos resultados das análises de solo, integrando as informações de balanço, diagnose nutricional e sistemas de produção nas recomendações. Nesse módulo também será disponibilizado uma calculadora que possibilitará a escolha de produtos em função dos custos visando o maior retorno econômico.

Fonte: MAPA e Embrapa

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