O futuro do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) deverá ser decidido esta semana, de acordo com o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, que participou do lançamento da ExpoLondrina, na última sexta-feira (22), no Patrque Ney Braga, em Londrina. A decisão está nas mãos de um grupo técnico que deverá anunciar ainda esta semana a reestruturação do órgão.
O objetivo, segundo o governo, é reduzir a máquina pública e torná-la mais eficiente, fazendo a fusão entre o órgão e outras autarquias como Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) e CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia).
A medida, entretanto, preocupa funcionários do órgão e lideranças do agronegócio na cidade, que acreditam que as mudanças podem tirar o poder de decisão do Iapar, além de significar perda política para a região de Londrina.
De acordo com Ortigara, o grupo técnico deverá apresentar um modelo de gestão que será revelado à sociedade até o final desta semana. “Ou a gente faz o melhor órgão público, ou não, e continuamos como está. Precisamos de um modelo de órgão arrojado, atirado, focado e que busque um misto de tecnologias de ponta com esforço conjunto de agricultores”, afirmou o secretário.
Ele acrescenta que a intenção é melhorar o ambiente de planejamento, viabilizar mais profissionais para a pesquisa e manter a marca da pesquisa IPR, mas não com firmou se a gestão permanecerá em Londrina. “A pesquisa provavelmente continuará em Londrina, mas a gestão poderá ser em outro lugar. Havendo concordância, vamos em frente. Vamos atrás de viabilizar profissionais para o Iapar e fazer as mudanças necessárias”, comentou. A criação do IAPAR foi uma luta da comunidade regional que, nos anos 1970, se uniu para que o Paraná tivesse sua pesquisa própria, para promover a diversificação e modernização tecnológica da Agricultura, sob a liderança de pessoas e entidades como Celso Garcia Cid, Francisco Sciarra, João Milanez, Sociedade Rural do Paraná, Associações de Agrônomos e tantas outras. Para os dirigentes e funcionários do órgão, nada justifica uma mudança drástica.
Aftosa
Norberto Ortigada falou também sobre a retirada da vacinação contra a febre aftosa, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), já partir de maio de 2019. Lideranças da agropecuária, entre elas Sociedade Rural do Paraná e Sindicato Rural Patronal de Londrina, desejam a retirada a partir de 2021. Atualmente o Paraná tem rebanho de 9,5 milhões de bovinos. “O Estado do Paraná tem um procedimento em andamento, que prevê a antecipação da retirada para este ano. A ideia é que a partir de maio de 2019 vacinemos pela última vez o gado mais jovem”, afirmou Ortigara.
Segundo ele, o estado precisa resolver algumas inconformidades verificadas, como a necessidade de melhorias em postos fiscais, bem como o controle de trânsito para garantir que os animais, produtos e subprodutos serão fiscalizados. Para isso foram realizadas duas auditorias para seguir em frente com a decisão. “Existe uma questão política, mas vamos discutir exaustivamente. Há lideranças que que preferiam que isso ocorresse mais pra frente, em 2021, mas o Estado fez este pleito e o governador tem dito que o avanço é necessário”, argumentou
Sem a retirada da vacinação, Ortigara diz que o Paraná tem dificuldade de acessar muitos mercados. “Então é preciso medir isso, avaliar os argumentos técnicos e ver se vale a pena esperar ou não. Do meu ponto de vista pessoal eu e o governador estamos querendo avançar”, concluiu.
